Nos anos da década de 70, composta para tentar incentivar a seleção brasileira de futebol na jornada épica no México, mais propriamente em Jalisco e Guadalajara, independentemente da situação sócio-política que vivíamos, a letra da música garantia que éramos 70 milhões de habitantes. Os veículos de comunicação eram confiáveis e os interesses de manipulação não existiam.
O mundo parecia ser maior. Parecia haver mais espaços para todos e isso garantia a quase total ausência das maldades, dos males e dos maldosos. Éramos ingênuos, sim. Éramos “educados” por nossos pais. Jamais pelos Conselheiros Tutelares – esses que ninguém sabe de onde saíram e qual os passados pregressos. Mas, foram oficialmente autorizados pelo Estado para entrarem nos nossos lares e chafurdarem nossas intimidades com os filhos.
E era aquela ingenuidade que nos levava a rir de muitas coisas, principalmente as que eram mostradas nos cinemas, nos circos com palhaços diferentes dos que hoje tentam fazer graças em algumas instituições brasileiras.
Não. Não citei aquela instituição pretensamente suprema, tampouco algum poder legislativo. Você que, pela lógica das coisas, pensou isso.
Como não rir dos trejeitos de Cantinflas, com aquele andar atrapalhado pelas próprias calças?
Como não rir do andar embaraçado e fala amatutada de Mazzaropi, sempre com aquela galinha colada sob o sovaco?
Como não rir do Oscarito, que conseguia roubar as cenas, mesmo atuando ao lado de Grande Otelo e Eliana?
Como não rir dos espalhafatos de Zé Trindade e a sua “tara” por mulheres?
Vejamos e relembremos um pouco de cada um deles.
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CANTINFLAS
Cantinflas arrancava gargalhadas com as “marmotas”
Cantinflas, nome artístico de Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes, nascido na Cidade do México, a 12 de agosto de 1911, e falecido na mesma Cidade do México, a 20 de abril de 1993. Nasceu em uma família muito humilde e tinha 12 irmãos. Teve uma adolescência marcada pela pobreza, o que o levou a começar a trabalhar muito cedo, primeiro como engraxate e depois como aprendiz de toureiro, motorista de táxi e pugilista. A sua vida mudou quando, aos vinte anos, trabalhando como empregado em um teatro popular, teve a oportunidade de substituir o apresentador do espetáculo que adoeceu. Ao inverter frases, trocar palavras e abusar do improviso, Cantinflas conquistou o público hispânico. As suas origens inspiraram várias personagens, entre eles o famoso El Peladito. A sua maneira de falar acabou por prejudicar a sua carreira internacional. Dos mais de 40 filmes que fez, a maior parte foi produzida pela sua própria companhia. Em Hollywood, teve apenas dois filmes: A Volta ao Mundo em 80 Dias, um sucesso de bilheteria e vencedor do Oscar de melhor filme em 1956, e Pepe, um fracasso de público e crítica. A sua carreira durou até a década de 1980. A crítica, porém, destaca que os melhores filmes do comediante foram feitos entre as décadas de 1940 e 1950. Entre os seus trabalhos mais elogiados deste período, estão Os Três Mosqueteiros (1942), O Circo (1943), El Supersabio, O Mágico (1948), O Bombeiro Atômico (1950) e Se Eu Fosse Deputado, todos escritos para ele pelo seu amigo Jaime Salvador. (Informações do portal Wikipédia).
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MAZZAROPI
Mazzaropi e o famoso cachimbo
Amácio Mazzaropi nasceu em São Paulo, 9 de abril de 1912, e faleceu também em São Paulo, a 13 de junho de 1981. Considerado o maior cômico do cinema brasileiro, é o único artista que ficou milionário fazendo filmes no país. Suas produções foram fenômeno de público por mais de três décadas. Filho de Bernardo Mazzaropi, imigrante italiano e Clara Ferreira, brasileira nascida em Taubaté (São Paulo), filha de imigrantes portugueses da ilha da Madeira. Com apenas dois anos de idade sua família muda-se para Taubaté no interior de São Paulo, onde estavam seus avós maternos. O pequeno Amácio passava longas temporadas no município vizinho de Tremembé, na casa do avô materno, o português João José Ferreira, exímio tocador de viola e dançarino de cana-verde. Seu avô também era animador das festas do bairro onde morava, às quais levava seus netos que, desde cedo, entram em contato com a vida cultural do caipira, que tanto inspirou Mazzaropi.
Em 1919, sua família volta à capital e Mazzaropi ingressa no curso primário do Colégio Amadeu Amaral, no bairro do Belém. Bom aluno, era reconhecido por sua facilidade em decorar poesias e declamá-las, tornando-se o centro das atenções nas festas escolares. Em 1922, morre o avô paterno e a família muda-se novamente para Taubaté, onde abrem um pequeno bar. Mazzaropi continua a interpretar tipos nas atividades escolares e começa a frequentar o mundo circense. Preocupados com o envolvimento do filho com o circo, os pais mandam Amácio aos cuidados do tio Domenico Mazzaroppi, em Curitiba, onde trabalhou na loja de tecidos da família. Já com quatorze anos, em 1926, regressa à capital paulista ainda com o sonho de participar em espetáculos circenses. Finalmente entra para a caravana do Circo La Paz. Nos intervalos do número do faquir, Mazzaropi conta anedotas e causos, ganhando uma pequena gratificação. (Informações pesquisadas no Wikipédia).
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OSCARITO
Oscarito e seu sorriso inesquecível
Oscarito, nome artístico de Oscar Lorenzo Jacinto de la Inmaculada Concepción Teresa Díaz nasceu em Málaga, a 16 de agosto de 1906, e faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de agosto de 1970. Foi um ator hispano-brasileiro, considerado um dos mais populares cômicos do Brasil. Ficou famoso pela dupla que fez com Grande Otelo, em comédias dirigidas por Carlos Manga e Watson Macedo. Nasceu em uma família circense, vindo para o Brasil com um ano de idade, mas somente naturalizou-se em 1949. Estreou no circo aos cinco anos de idade, e ali aprendeu a tocar violino, sendo ainda palhaço, trapezista, acrobata e ator. Estreou no teatro de revista em 1932, na peça Calma, Gegê, que satirizava o ditador Getúlio Vargas, de quem se tornaria amigo. No cinema, estreou em Noites Cariocas, de 1935, embora tenha figurado num filme anterior, e foi nessa arte que ganhou enorme popularidade no país. Fez parceria com Grande Otelo em diversos filmes de chanchada. Seu nome, no Brasil, era paralelo para os maiores humoristas do cinema, como Charles Chaplin ou Cantinflas. Foi casado com Margot Louro, com quem teve dois filhos. Na manhã de 15 de julho de 1970, sentiu-se mal, devido a um AVC, e foi internado, já em coma, vindo a morrer em 4 de agosto. Seu corpo foi velado no salão nobre da Assembleia Legislativa da Guanabara, com a presença de mais de duas mil pessoas. (Informações do Wikipédia).
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ZÉ TRINDADE
Zé Trindade gostava mesmo de mulher
Zé Trindade, pseudônimo de Milton da Silva Bittencourt é baiano de Salvador, onde nasceu a 18 de abril de 1915; faleceu no Rio de Janeiro, a 1 de maio de 1990. Foi ator, músico, poeta e comediante brasileiro de rádio, teatro, cinema e TV, famoso por jargões como “Mulheres, Cheguei!” e “Meu Negócio é Mulher”. Nasceu em tradicional família baiana, porém, o seu pai, herdeiro de uma grande fortuna, é deserdado porque se casa com uma mulher pobre (a mãe de Milton). A sua infância, até os onze anos, foi muito sofrida. Nessa idade, se emprega como contínuo em um hotel da capital baiana e faz amizade com Jorge Amado e Dorival Caymmi, que, como os outros hóspedes do hotel, apreciam suas piadas, versos, poemas ou letras de músicas. Em 1935, entrou para a Rádio Sociedade da Bahia, vivendo um bêbado no programa Teatro Pelos Ares e em 1937, chegou ao Rio de Janeiro, integrando o elenco de humoristas da Rádio Mayrink Veiga. Fez sua estreia no cinema em 1947, no filme O Malandro e a Granfina e só parou em 1987, numa ponta em Um Trem para as Estrelas, perfazendo uma carreira de 38 filmes. Participou pouco de televisão, mas chegou a atuar com Chico Anysio e na novela Feijão Maravilha (1979), do programa humorístico Balança Mas Não Cai (1982) e da minissérie Memórias de um Gigolô (1986). Morreu de câncer no pulmão, em 1 de maio de 1990, no Rio de Janeiro, aos 75 anos. (Informações do portal Wikipédia)
Para essas figuras dedicávamos nossos sorrisos das tardes de domingo. Não tínhamos a tecnologia do telefone para mudar nossos caminhos, como faz a maioria nos dias de hoje.
Aprendemos a rir e gargalhar alto. Não nos incomodávamos com “bullying” (coisa de baitola), não ficávamos caçando Pokémon e nada sabíamos de Instagram e afins. Desconhecíamos a depressão.
Mas, éramos felizes, sim. E ríamos!