Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quarta, 29 de janeiro de 2020

OS SINAIS DAS CONTAS EXTERNAS

 

Os sinais das contas externas

O resultado do balanço de pagamentos indica que as dificuldades enfrentadas pela balança comercial devem continuar a pressionar as contas externas do País

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

29 de janeiro de 2020 | 03h00

resultado do balanço de pagamentos que acaba de ser divulgado pelo Banco Central indica, porém, que as dificuldades crescentes enfrentadas pela balança comercial – que fazem prever redução das vendas externas nos próximos meses, ao mesmo tempo que se espera o crescimento das importações em razão do reaquecimento mais intenso da atividade econômica – devem continuar a pressionar as contas externas do País.

A conta corrente do balanço de pagamentos resume o saldo das transações do Brasil com os demais países na área comercial (saldo da balança comercial) e de serviços (que incluem receitas e despesas com viagens, seguros e aluguel de equipamentos, entre outros itens) e nos fluxo de rendas (por meio de operações como pagamento de juros e remessas de lucros). O principal fator de alta do déficit na conta corrente no ano passado foi a balança comercial. Com exportações de US$ 224,436 bilhões e importações de US$ 185,032 bilhões, o saldo comercial alcançou US$ 39,404 bilhões. Embora tenha alcançado um valor muito expressivo, o superávit comercial do ano passado foi US$ 13,643 bilhões menor do que o de 2018.

 A conta de serviços, por sua vez, registrou déficit de US$ 35,141 bilhões, praticamente o mesmo resultado de 2018 (déficit de US$ 35,734 bilhões). A conta de renda primária teve saldo negativo de US$ 55,989 bilhões, pouco menor do que o do ano anterior (US$ 58,825 bilhões). O resultado desses dois outros componentes das transações correntes do balanço de pagamentos deixa claro o papel da balança comercial na deterioração em 2019.

A despeito da reação nervosa observada nos principais mercados mundiais pelo surto de coronavírus, é difícil projetar os efeitos da doença sobre a economia mundial nos próximos meses. Provavelmente a economia da China sofrerá o que os analistas internacionais chamam de “impacto significativo” do vírus cujo desenvolvimento está sendo rápido. Se isso ocorrer, também a balança comercial brasileira sentirá algum efeito, pois a China vem sendo o principal parceiro comercial do País. Antes mesmo do surgimento do coronavírus, porém, a economia mundial apresentava sinais de desaceleração, o que já fazia prever alguma queda nas exportações brasileiras nos próximos meses.

No plano interno, vão se somando sinais de que a recuperação da atividade econômica, embora ainda lenta, tende a se consolidar e, sobretudo, se acelerar nos próximos meses. Isso faz prever aumento das importações de matérias-primas, insumos e bens de consumo final. Isso também tenderá a reduzir o superávit da balança comercial e, mantido o comportamento dos demais componentes do balanço de pagamentos, a pressionar o déficit em transações correntes.

Há, nesse cenário, um dado animador, que é o fluxo de investimentos diretos no País. No ano passado, esse fluxo foi muito mais do que suficiente para cobrir o déficit em transações correntes. Depois de atingir seu ponto mais baixo da década em 2015 – ano em que já surgiam os sinais da recessão causada pelos erros da política econômica da presidente Dilma Rousseff –, os investimentos estrangeiros no setor produtivo começaram a se recuperar. No ano passado, de acordo com relatório recente da Agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o fluxo desses investimentos para o Brasil foi impulsionado em boa parte pelo programa de desestatização. A aceleração desse programa em 2020 pode favorecer ainda mais o País nesse aspecto.

O déficit de US$ 50,762 bilhões registrado na conta corrente do balanço de pagamentos em 2019 é o maior desde 2015 (quando alcançou US$ 54,472 bilhões), mas não surpreende, pois vinha se desenhando ao longo de todo o ano passado, nem chega a causar preocupações. Há dois importantes fatores que, mantidos nos níveis atuais, asseguram relativa tranquilidade no front externo: um é a manutenção de reservas internacionais expressivas, de US$ 356,9 bilhões no fim do ano passado; outro é o ingresso constante de investimentos diretos no País, que no ano passado somaram US$ 78,559 bilhões.

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