O pau que dá em Chico, dá em Francisco? Nem tanto. Poderia ser mas, hoje, por conta da diversidade cultural deste País continental, que tem as “porteiras” abertas para pessoas com diferença de raça, credo e entendimento, não há como acreditar em “tudo linearmente, com a mesma facilidade de entendimento e prática.”
E isso, aqui e alhures, em todos os polos do planeta, contando ainda com a mudança climática, a cultura de vida a facilidade e o alcance dos apoios que a tecnologia oferece e, no somatório, transforma num peso importante e decisivo para a nossa forma de vida.
A Antropologia + Sociologia que compõem as mais variadas formas de “políticas públicas e urbanas” mundo à fora, acabaram fazendo com que, o hoje, seja diferente do ontem, e esses dois, mais diferentes ainda, do amanhã. É arriscado apostar na perseverança das coisas – deixando de lado, claro, a questão da religiosidade.
Dito isso, continuo acreditando que, “tudo de bom, ou tudo de ruim” que de alguma forma nos encaminha para as boas ou más ações, tem uma nascente única: dentro de casa, na família e por conta da saturação dessa, se as coisas não caminharem bem; ou, também, dentro de casa, graças ao “domínio dos gestores domésticos”, se tudo acontecer como todos desejamos que aconteçam.
É ali, na família, onde tudo começa. O bom, ou o bem; e o mau ou o mal.
A infância atual caga para o mundo
A boa e apropriada terra, preparada e cuidada, vai produzir boa plantação e melhor colheita. Isso é fato. É bíblico. Não poderia ser diferente o resultado com o ser humano, cuidado e preparado na infância com boas maneiras e ações que levem à uma boa vida (nesse caso, a colheita). Entre esses bons e eficientes “cuidados” com a infância, entre os mais positivos está o “brincar”.
Trocentos anos atrás, por conta da falta de dinheiro e por melhor entendimento da vida, pais e mães até incentivavam os filhos para a brincadeira sadia e construtiva que proporcionasse melhor e frutífero convívio social – e isso produzia uma resposta social maravilhosa.
A brincadeira semeava a convivência. Criava não apenas os anticorpos da defesa humana, como edificava o convívio social para uma vida de Paz e harmonia, tanto em meio a família, quanto num futuro, fora dela. Mas, na construção de uma nova família – era o “crescei e multiplicai-vos”.
Os pais brincavam junto, ensinavam a brincar e a fabricar os próprios brinquedos, imaginando que, daquela forma, os filhos se apegassem mais ao que faziam, por aprenderem as dificuldades que enfrentavam.
Brincando de forma saudável para o convívio e disciplina
Haviam também, o apego ao local apropriado para brincar. E isso levou à disseminação da cultura de “encontro” sem enfrentamento. Pensava-se numa troca de experiências entre as diferentes classes socioeconômicas. Aí surgiram, por necessário, as tais cidades ou parques das crianças. Nada melhor que um domingo no parque.
O progresso social foi de encontro à descoberta da “ludoterapia” (se é que assim poderíamos chamar), um diferente forma de curar, brincando. Ou, integrar, brincando. Método ainda muito utilizado para aproximação e convivência dos Portadores da Síndrome de Down.
A necessidade de defesa que os corpos humanos passaram a demonstrar, levaram à necessidade da criação dos anticorpos – e até Vovó já sabia: meninos e meninas precisam brincar juntos, tendo contato direito com a Terra. No interior onde nasci, alguns teóricos passaram a chamar essa fase de “a festa das lombrigas”.
E, realmente foi algo factual. A bactéria da lombriga entrava junto com o anticorpo. Mais tarde, o purgante de óleo de rícino (mamona) expulsava as lombrigas e aumentavam o sistema imunológico pela permanência dos anticorpos.
O dia da lama proporciona o contato direto com a terra e os anticorpos
As crianças de ontem, claro, não eram anjos. Eram apenas “filhos” – e, ainda hoje, filho não tem defeitos. Principalmente para os pais, esses de hoje, completamente diferentes dos de ontem. Os exemplos, se são bons, serão absorvidos e repetidos. Os maus exemplos, da mesma forma. E aí nunca haverá absolvição.
Pegar uma cadeira pesada, colocá-la diante de um armário de parede, subir e dali retirar uma lata para subtrair uma colherada de leite em pó (que ficará grudado no céu da boca), muitos de nós fizemos. Pegar um grampo de cabelo feminino e tentar enfiá-lo na tomada da eletricidade, outros tantos também fizeram. E, quando muitos fizeram isso, não havia a tecnologia atual, tampouco o atendimento médico tinha a possibilidade da rapidez de hoje.
Depois desse lamaçal um bom banho resolve tudo
O que se depreende atualmente no mundo infantil, é que as mudanças impostas pela convivência social, pelas intempéries ambientais, e, principalmente pelas falhas absorvidas pela educação doméstica com o reforço da deficiência da escolarização, é que, a criança de hoje é diametralmente oposta à criança de ontem – e tudo, repito, começou dentro de casa.
Numa culminância, não há como negar que, entre o céu e a Terra, existe algo além dos aviões de carreira. Se o mundo já não é mais o mesmo, e o ar é rarefeito por conta da falta de saneamento básico e uma absurda produção de lixo orgânico que, ao mesmo tempo contamina o ar, o lençol freático e o que dali evapora vai contaminar também a camada de ozônio, é evidente que, quem está entre o céu e a terra, usufruindo inclusive do alimento produzido nesse ambiente, se não tiver os anticorpos necessários, vai ser pego e contaminado por qualquer “gripezinha”.