Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial domingo, 08 de setembro de 2024

OS BRASILEIROS: Sergio Buarque de Holanda (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DOMINGOS BRITO)

OS BRASILEIROS: Sergio Buarque de Holanda

José Domingos Brito

Sergio Buarque de Holanda nasceu em 11/7/1902, em São Paulo, SP. Historiador, escritor, sociólogo, crítico literário e jornalista. Não foi propriamente político, mas ajudou a fundar o PT-Partido dos Trabalhadores. Também não foi músico, mas foi pai de Chico Buarque de Holanda e ficou tão conhecido do público quanto seu primo “Aurelião”, como é conhecido o Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda.

 

 

 

Filho de Heloisa Gonçalves Moreira de Holanda e do farmacêutico Cristóvão Buarque de Holanda, é reconhecido como um dos intérpretes do Brasil, com seu livro Raízes do Brasil, publicado em 1936 e considerado um dos clássicos da historiografia e da sociologia brasileira. Teve os primeiros estudos na Escola Caetano de Campos e Ginásio São Bento, onde foi aluno de Afonso d’Escragnolle Taunay. Publicou seu primeiro artigo – Originalidade literária -, em 1920, no Correio Paulistano e mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1921. Em seguida passou a colaborar, também, com a revista Cigarra e Revista do Brasil. Participou do Movimento Modernista de 1922, designado por Mario e Oswald de Andrade como representante da revista Klaxon no Rio.

Formou-se advogado pela Faculdade Nacional de Direito, em 1925, e passou a trabalhar como jornalista nas revistas Ideia Ilustrada e O Mundo Literário. Em 1926 mudou-se para Cachoeiro do Itapemirim, ES, para trabalhar como editor-chefe do jornal O Progresso e dá-se uma grande mudança em sua formação intelectual, afastando-se do projeto modernista. Retornou ao Rio de Janeiro para trabalhar no Jornal do Brasil, onde foi correspondente em Berlim no período 1929-1931. De volta ao Brasil, passou a lecionar na Universidade do Distrito Federal. Na Revolução Constitucionalista, de 1932, chegou a ser preso por defender os insurgentes. Em 1935 publicou na revista Espelho o artigo Corpo e alma do Brasil, um esboço do livro que estava em gestação.

Em 1936 casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim e no mesmo ano publicou seu livro mais conhecido, o ensaio Raízes do Brasil pela editora José Olympio. Trata-se de uma investigação das origens da formação do povo brasileiro, baseado nas teorias sociológicas de Max Weber. O livro aborda o conceito do tipo brasileiro como um “homem cordial”, um sujeito que almeja a intimidade no relacionamento pessoal e rejeita o formalismo social. Tal conceito foi sofrendo modificações ao longo das edições posteriores. Porém, ficou marcado na caracterização do “tipo” brasileiro tendo como virtude a hospitalidade, a generosidade e a expansividade emocional. Uma destas marcas é a dificuldade em distinguir entre as instâncias públicas e privadas, principalmente entre o Estado e a família.

Continuou lecionando História na Universidade do Distrito Federal até sua extinção em 1939 e passa a dirigir a seção de publicações do INL-Instituto Nacional do Livro, onde traduziu algumas obras clássicas. Em 1944 passou a dirigir a seção de consultas da Biblioteca Nacional e a publicar livros: História do Brasil, com Otávio Tarquínio de Souza; Cobra de vidro e Monções, em 1945. Neste ano mudou-se para São Paulo, onde presidu a Associação Brasileira de Escritores e participa do famoso “Congresso de Escritores”, um encontro dos críticos ao governo ditatorial de Getúlio Vargas.

A partir de 1946 passa a dirigir o Museu Paulista e lecionar História Econômica do Brasil na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e ingressou no PSB-Partido Socialista Brasileiro, 1947. No período 1953-1955 viveu na Itália e assumiu a cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma. De volta ao Brasil, foi lecionar História da Civilização Brasileira, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Aí tornou-se Mestre, em 1958, com a dissertação Visão do Paraíso; os motivos edênicos no descobrimento e na colonização do Brasil, logo publicada em livro. No mesmo ano ingressou na Academia Paulista de Letras.

De 1960 a 1972 coordenou o projeto editorial “História Geral da Civilização Brasileira”, em 11 volumes, junto com Pedro Moacyr Campos e Boris Fausto e publicada pela DIFEL-Difusão Europeia do Livro. Dos 11 volumes, 7 foram redigidos por ele mesmo. Em 1961 foi condecorado pelo governo francês como “Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres”. Logo foi convidado para assumir a presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros da USP, em 1962. Em seguida foi professor convidado em universidades do Chile e participou de diversas missões culturais da UNESCO em países da América Latina.

Em 1969 decidiu encerrar a carreira docente, em protesto contra a aposentadoria compulsória de muitos colegas da USP, quando foi decretado o AI-5 pela ditadura militar. Como escritor, recebeu os prêmios “Juca Pato”, da UBE-União Brasileira de Escritores e o “Jabuti”, da Câmara Brasileira do Livro (1979) e publicou seu último livro: Tentativas de mitologia, pela Ed. Perspectiva. Participou da fundação do PT-Partido dos Trabalhadores, em 1980, recebendo a 3ª carteira, após Mário Pedrosa e Antônio Cândido. A partir daí a saúde foi declinando e veio a falecer em 24/4/1982.

Seu nome na Historiografia brasileira foi ressaltado na edição do livro Sergio Buarque e o Brasil, organizado por Antônio Cândido e publicado pela Fundação Perseu Abramo, em 1998. Em termos biográficos, temos Sérgio Buarque de Holanda: escrita de si mesmo e memória, de Raphael Guilherme de Carvalho, publicado pela Editora da UFPR, em 2021 e Raízes do Brasil: uma cinebiografia de Sergio Buarque de Holanda, dirigida por Nelson Pereira dos Santos, em 2001.

Clique aqui e veja alguns vídeos sobbre Sergio Buarque de Holanda

 


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