Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 24 de janeiro de 2024

OS BRASILEIROS: Noel Nutels (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSSÉ DOMINGOS BITO

 

OS BRASILEIROS: Noel Nutels

 

 

Noel Nutels nasceu em 1913, na Ucrânia. Médico, etnólogo e indigenista, esteve na famosa “Expedição Roncador-Xingu”, junto com os irmãos Villas-Boas, em 1943, explorando o interior do País. Foi médico do SPI-Serviço de Proteção ao Índio, atual FUNAI e pioneiro no combate a malária e tuberculose no Brasil.

A família mudou-se para a Europa com o recém-nascido visando escapar da perseguição aos judeus durante a I Guerra Mundial. Mas o destino era o Brasil, onde foram morar em São José da Lage, AL. Em seguida estudou em Garanhuns, PE e mais tarde a família mudou-se para o Recife, onde foi estudar medicina e formou-se em 1938, ano em que se naturalizou brasileiro. Pouco depois mudou-se para Botucatu, SP para trabalhar no Instituto Experimental de Agricultura. 

Em 1943 integrou a primeira Expedição Roncador-Xingu, junto com os irmãos Villas-Boas, e passou a se dedicar à defesa dos índios e à erradicação das doenças oriundas do contato a “civilização”. Em 1957 idealizou e dirigiu o SUSA-Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas no âmbito do Ministério da Saúde. Utilizou a infraestrutura do correio aéreo para chegar a cidades onde não havia assistência médica. Seu feito maior foi criação do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, junto com os Irmãos Villas-Boas, em 1961. Foi a primeira terra indígena homologada pelo governo federal.

 

Pouco depois foi nomeado diretor do SPI no nos anos 1963-1964. Sua filha conta que ele costumava comparar o índio brasileiro com povo judeu. “A comunidade judaica existe até hoje porque soube preservar sua cultura. O Índio não conseguiu fazê-lo. Um povo sem cultura é marginalizado”. Além do trabalho de assistência aos índios, lecionou em diversas universidades nacionais e estrangeiras e deixou mais de 50 trabalhos científicos publicados em revistas especializadas. 

 

Foi acometido por diversas malárias e ainda jovem, aos 59 anos, em 10/2/1973. Na mesma semana seu amigo Carlos Drummond de Andrade dedicou-lhe sua coluna no Jornal do Brasil: “Valeu? Valeu a pena / teu cerne ucraniano / fundir-se em meiga argila brasileira / para melhor sentires / o primitivo apelo da terra”. Em Manaus foi homenageado com seu nome dado a avenida ligando as zonas Norte e Leste e no Rio ao LACEN-Laboratório Central de Saúde Pública do Rio de Janeiro Noel Nutels. Algumas escolas públicas e logradouros receberam seu nome.

 

Sua trajetória de vida inspirou Orígenes Lessa a escrever o romance biográfico O Índio cor-de-rosa: Evocação de Noel Nutels, publicado em 1978 pela Editora Codecri e vem sendo reeditado pela Ed. Record. Mais tarde, a mesma trajetória rendeu outro romance biográfico. Moacyr Scliar publicou A Majestade do Xingu, em 1997, enaltecendo seus feitos junto aos índios. Bem antes destas memórias romanceadas, Antonio Houaiss cuidou de organizá-las e publicou Noel Nutels: Memórias e depoimentos, lançado em 1974 pela Editora José Olympio.

 

Em 2019  o título do livro de Origenes Lessa -e seu apelido dado pelos amigos- foi adotado no filme-documentário  O Índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels, dirigido por Tiago Carvalho e lançado pela Fiocruz Vídeo.  Foi apresentado no Festival Biarritz, na França, onde obteve o prêmio de melhor documentário e encontra-se à disposição na  Internet/Youtube.

 

Os 100 anos de Noel Nutels

 

 

 

 


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