Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 18 de outubro de 2023

OS BRASILEIROS: LUÍS FREIRE (CRÔNICA DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNISTA DO AMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

OS BRASILEIROS: Luís Freire

José Domingos Brito

 


 

 

Luís de Barros Freire nasceu em 16/3/1896, em Recife, PE. Engenheiro civil, professor, pioneiro da ciência no Brasil, catalisador de talentos em Pernambuco e estimulador de futuros cientistas do naipe de Mário Schenberg, Leopoldo Nachbin e José Leite Lopes, que o chamava de “arquiteto de valores humanos”.

 

Realizou os primeiros estudos no Recife e ingressou no curso de engenharia civil da Escola de Engenharia de Pernambuco. Diplomado em 1918, voltou-se para o magistério e passou a lecionar matemática na Escola Normal. Em 1920 foi contratado como professor da Escola de Engenharia, onde estudara. Em 1930 casou Branca Palmeira Freire e logo nasce o primeiro filho: Marcos Freire, que se destacou na política como deputado e senador de Pernambuco na década de 1970.

 

Em 1933 recebeu o título de Doutor em Ciências Físicas e Matemáticas e foi aprovado no concurso para professor catedrático de Física. Além de lecionar nos principais colégio do Recife, foi nomeado, em 1943, professor de Análise Matemática na Faculdade de Filosofia Manuel da Nóbrega, hoje incorporada a Universidade Católica de Pernambuco. Em seguida mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi lecionar na Faculdade de Ciências da Universidade do Distrito Federal, atual UFRJ, dirigida por Anísio Teixeira.

 

Em 1951, com a criação do CNPq-Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, foi nomeado membro, participando da Comissão de Ciências Físicas e Matemáticas até sua morte, em 17/7/1963. Seu grande sonho foi realizado em 1952: a implantação do Instituto de Física e Matemática, na Universidade do Recife. Sua ideia foi criar um centro de estudos nesta área altamente especializada. Para ele a universidade não devia apenas transmitir, mas também produzir conhecimento. Dirigiu o Instituto e manteve intercâmbio com instituições congêneres no País e no exterior, sobretudo em Paris, onde esteve em missão científica do CNPq, em 1958.

Entre suas contribuições como cientista consta a famosa expressão do chamado “Potencial Vetor”, utilizando a linguagem do cálculo vetorial com recursos dos operadores vetoriais. Pouco depois publicou um trabalho destacando a “Equação geral das escalas termoelétricas”, que obteve elogiosas referências do físico James Chappuis, professor da École Centrale des Arts et Manufactures de Paris.  Em 1977, o físico José Leite Lopes declarou: “Era a figura mais notável de todas porque era um homem de uma grande cultura em Matemática e em Física, um grande espírito filosófico e de crítica e dava as aulas de uma maneira muito elegante, muito atraente, Foi ele, exatamente, ao fazer já o curso no primeiro ano, que me desviou da Química Industrial”.

Ocupou vários cargos e participou de diversos eventos na área da Física, tais como membro do Conselho Orientador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada-IMPA, membro fundador do Centro Brasileiro de Pesquisas físicas-CBPF, integrou o Comitê Internacional do Jubileu Científico do Professor Arnaud Denjoy, da Sorbonne, membro da American Mathematical Society, do Conimbrigensis Institut Academia e presidente do Instituto Tecnológico de Pernambuco.

Os brasileiros e principalmente os pernambucanos estão devendo a edição de uma biografia mais abrangente de Luís Freire, mas podemos contar com o excelente ensaio biográfico de duas professoras de Física -Ivone Freire da Mota e Albuquerque e Amélia Império Hamburger- apresentado em 1989 no 2º Congresso Latino-Americano de História da Ciência e da Tecnologia: Luiz de Barros Freire: pioneiro da institucionalização da pesquisa científica no Brasil. 

 


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