Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial domingo, 10 de novembro de 2024

OS BRASILEIROS: Aurélio Buarque de Holanda (CRÔNICA D9O COLUNISTA JOSÉ DOMINGOS BRITO)

OS BRASILEIROS: Aurélio Buarque de Holanda

José Domingos Brito

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira nasceu em Passo de Camaragibe, AL, em 3/5/1910. Escritor, filólogo, lexicógrafo, advogado, professor, tradutor e crítico literário. Professor precoce de português, lecionou por quase 30 anos no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Seu apego a língua portuguesa e o gosto pelas palavras, levou-o a criar seu próprio dicionário, em 1975, o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido como Dicionário Aurélio ou apenas “Aurelião”.

 

 

 

 

 

Filho de Maria Buarque Cavalcanti Ferreira e Manuel Hermelindo Ferreira, teve os primeiros estudos em Maceió, onde ingressou no Liceu Alagoano e no magistério aos 15 anos, quando passou a se interessar pela língua e literatura. Pouco depois, mudou-se para o Recife para estudar Direito, concluindo o curso em 1936. Nesta época integrou o grupo de intelectuais composto por José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz entre outros. Retornou à Maceió e passou a lecionar no Colégio Estadual de Alagoas e dirigir a Biblioteca Municipal, em 1937-1938.

Mudou-se para o Rio de Janeiro e continuou lecionando Português e Literatura no Colégio Anglo-Americano até 1940. Neste ano ingressou como professor no Colégio Pedro II, onde permaneceu até 1969, lecionando no Ensino Médio de 1949 a 1980. Este período foi interrompido apenas por um ano e meio, quando assumiu a cadeira de Estudos Brasileiros na UNAM-Universidade Autônoma do México em 1954-1955. Colaborou na imprensa carioca e foi secretário da Revista do Brasil de 1939 a 1943.

Nesta época desponta o escritor com o livro de contos Dois mundos, publicado em 1942 e premiado em 1944 pela ABL-Academia Brasileira de Letras. Conta-se que poderia ter sido um grande escritor, caso não tivesse abraçado a carreira de lexicógrafo. Em 1941 foi convidado para colaborar, como revisor do Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, editado pela Civilização Brasileira. Em 1944 trabalhou no Dicionário Enciclopédico do Instituto Nacional do Livro, e foi tomando gosto pela lexicografia. Pouco depois iniciou no Suplemento Literário do Diário de Notícias, a seção “O Conto da Semana”, tendo Paulo Rónai como colaborador. Tal parceria resultou na edição dos 5 volumes da coleção Mar de histórias, uma antologia do conto mundial, iniciada em 1945, pela Editora Nova Fronteira. A coleção conta hoje com 10 volumes.

A partir de 1950, manteve na revista Seleções do Reader’s Digest, a seção “Enriqueça o seu vocabulário”, que em 1958 resultou na publicação de um livro com este título. Assim, foi lançado o germe de seu dicionário, que viria a ser publicado em 1975. A partir daí iniciou uma jornada de palestras por todo o País para falar dos mistérios e sutilezas da língua portuguesa, que ele enriqueceu com tantos brasileirismos, “fazendo do brasileiro comum um consulente de dicionário e um usuário consciente do seu idioma”. No plano internacional, foi convidado a dar inúmeras conferências sobre linguística em diversos países. O estrondoso sucesso de vendas suscitou uma ferrenha disputa judicial pela coautoria e por direitos autorais, que foi parar no STF-Supremo Tribunal Federal 4 décadas após seu lançamento. Toda a questão foi esmiuçada no livro Por trás das palavras: as intrigas e disputas que marcaram a criação do Dicionário Aurélio, o maior fenômeno do mercado editorial brasileiro, do jornalista Cezar Mota, publicado pela Editora Máquina de Livros, em 2020.

O nome “Aurélio” passou a ser considerado como sinônimo de dicionário e os editores sugeriram sua inclusão como verbete no próprio dicionário. Porém sua modéstia vetou a inclusão do verbete com este sentido. Tendo em vista o sucesso editorial, dois anos após foi lançado o Minidicionário da Língua Portuguesa, também chamado de “Miniaurélio”, uma espécie de “dicionário de bolso”. 10 anos depois e ainda decorrente do sucesso editorial, foi lançado em 1989 o Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa, com ilustrações de Ziraldo. A edição original, de 1975, teve mais de um milhão de exemplares vendidos até 1987, quando saiu a 2ª edição, contendo cerca de 115 mil vocábulos. Uma quantidade abaixo da média, segundo o próprio Aurélio, já que o português falado no Brasil possui cerca de 400 mil palavras.

Assim, o Aurélio tornou-se o dicionário padrão na sociedade brasileira, estabelecendo a norma linguística e lexicológica mesmo que esta não tenha sido a intenção do autor. Em 1961 ingressou na ABL-Academia Brasileira de Letras, vindo a participar de diversas entidades, como Academia Brasileira de Filologia, do Pen Clube do Brasil, da Comissão Nacional do Folclore, do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, e da Hispanic Society of America. Faleceu em 28/2/1989 e em 2015 foi homenageado no bicentenário de Maceió, com uma estátua em bronze na orla de Ponta Verde. Em 2022, recebeu a homenagem de sua cidade natal com um monumento no trevo de entrada da cidade.

Aurélio Buarque de Holanda teve ascendentes holandeses – originários de Pernambuco – dos dois lados da família. Do lado Buarque de Holanda, descende de Arnaud Florentz Boeyens Van Holland e da ascendência da família Wanderley, sobrenome que não herdou, descende de Caspar Von Niehoff Van der Ley. Aurélio era primo de segundo grau de Chico Buarque; sua mãe, Maria Buarque, era sobrinha de Cristovão Buarque de Holanda, portanto prima de Sérgio Buarque de Holanda, que era o pai de Chico Buarque de Holanda. Não deixa de ser curioso o fato de não termos ainda a publicação de uma biografia para chamar de sua, mesmo diante do “boom” editorial que o tema tem suscitado atualmente. Navegando na Internet encontrei apenas um folheto de 39 páginas – Vida e obra de Aurelio Buarque de Holanda Ferreira -, publicado em 1982 por uma editora desconhecida, de autoria de Gilberto de Macedo.

 




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