Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 02 de maio de 2021

ONDE ESTÁ MEU CORAÇÃO SÉRIE PARA VER SEM PISCAR

 

'Onde está meu coração': série para ver sem piscar

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Leticia Colin em 'Onde está meu coração' (Foto: Fábio Rocha/Globo)
Leticia Colin em 'Onde está meu coração' (Foto: Fábio Rocha/Globo)

 

A cena de abertura de “Onde está meu coração” tem muitos minutos. Leticia Colin (Amanda) e Daniel de Oliveira (Miguel) estão na cama. Logo, a moça vai para o chuveiro, e ouve-se a longa “Wild is the wind”, de David Bowie. Ela parece alterada e ele, preocupado. A beleza da canção e a entrega dos atores nessa sequência consegue dar pistas da profundidade do drama que acomete o casal, mesmo sem tantos diálogos. A sequência resume o que mais impressiona na produção: embora dona de grande ambição artística, ela nunca deixa de lado a importância do que está narrando. Assim se desenrola a trama de todo o primeiro capítulo da série da consagrada dupla George Moura e Sergio Goldenberg que chega nesta terça-feira, 4, ao Globoplay.

Leticia, uma das melhores atrizes de televisão da sua geração, vive uma médica que atende na emergência de um grande hospital e enfrenta casos difíceis. Seus pais descobrem que ela está usando crack, o que faz disparar o conflito que puxa a história. A mãe, Sofia (Mariana Lima), e o pai, David (Fabio Assunção), procuram a filha para uma conversa. Eles vivem em Santos, mas vão a São Paulo, preocupados. Ela falta ao encontro. Frustrados, os dois discutem. Velhas mágoas vêm à tona. Um culpa o outro pela doença de Amanda. Finalmente, se decidem pela internação. Entendemos que David já viveu algo parecido e ainda convive com algum vício; que ele também é médico e bem-sucedido; que eles perderam um filho no passado. A tensão vai subindo progressivamente. Quando o capítulo termina, estamos familiarizados com a tristeza que domina a família.

Há um ponto de curiosa sincronia com o momento que estamos vivendo. Ainda no primeiro bloco, Amanda atende uma moça que parece estar sufocando. Ela se dirige à mãe da paciente dizendo, com firmeza: “Ela precisa ser intubada. É um procedimento simples, ela vai ficar ótima” (e isso não acontece). Como se sabe, a série é anterior à pandemia, quando a maior parte do público não tinha sequer intimidade com a palavra “intubação”. Mas a coincidência só reforça a ideia de que “Onde está meu coração” consegue construir um universo próprio e carregar o espectador para ele. Mais uma vez, George Moura e Sergio Goldenberg mostram que são capazes de ir longe.


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