Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 16 de julho de 2021

OLIMPIADA: GABRIELA CHIBANA, JUDOCA E ENFERMEIRA, VIVEU JORNADA DUPLA PARA SE CLASSIFICAR PARA TÓQUIO

 

Judoca e enfermeira: Gabriela Chibana viveu jornada dupla para se classificar para Tóquio

Neta de japoneses e membro de um clã de tradição no tatame, Gabriela é a segunda a representar a família Chibana em Jogos Olímpicos. Na preparação, dividiu os treinos com a conclusão da faculdade de enfermagem
 
Gabriela Chibana faz sua estreia nas Olimpíadas no próximo dia 24. Foto: Gaspar Nóbrega/COB/Divulgação
Gabriela Chibana faz sua estreia nas Olimpíadas no próximo dia 24. Foto: Gaspar Nóbrega/COB/Divulgação

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— É uma profissão linda que se coloca na linha de frente para cuidar e salvar vidas, essencial nos dias atuais de pandemia e em meio a uma queda da cobertura vacinal no Brasil — diz Chibana, que ainda não exerce a função, uma vez que o esporte é prioridade. — Quero trabalhar na área de urgência e emergência. Para mim, estar aqui é uma conquista dupla. Terminei a faculdade, busquei a vaga e agora vou atrás da medalha.

Gabriela é neta de japoneses e integrante do clã Chibana, famoso na Zona Leste paulistana. A herança passada pelo avô Kohan aos sete filhos se manteve nas gerações seguintes. Todas as sete famílias dividem o mesmo prédio na Vila Carrão e lutavam no dojô no primeiro andar até a construção de uma academia. Gabriela é a segunda da família a chegar nos Jogos Olímpicos. Charles (66kg), seu primo, foi o primeiro. Durante a pandemia, ela teve vários deles como sparrings.

— Esse prédio é o meu bem maior, representa a minha vida. E é também por eles que estou aqui.

Luta pelo diploma

Para chegar em Tóquio, Gabriela teve de se recuperar de cirurgia, após ruptura total do ligamento do joelho, quando uma colega de treino caiu sobre sua perna. Ela se classificou com a última vaga direta do ranking da sua categoria de peso. Está na 26ª posição.

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O diploma era uma exigência dos pais e lembra que “tinha de arrumar tempo para estudar”. De manhã ia para a faculdade e treinava à tarde e à noite. No meio do caminho, ouviu de muita gente que a graduação seria impossível, já que competições e treinamentos a impediam de estudar com afinco.

Gabriela se formou em 2019, um pouco antes da pandemia do novo coronavírus parar o mundo. E seu trabalho de conclusão de curso foi sobre as diversas causas da hesitação vacinal.

Ela conta que tomou as duas doses da vacina da Pfizer, doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para chegar ao Japão com mais segurança. Diz que se sente protegida no hotel da aclimatação do Time Brasil, em Hamamatsu, mesmo com a descoberta de ao menos 11 casos positivos (entre funcionários e familiares). Ela acredita que é preciso combater os céticos em relação à vacinação com informação:

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— O que espero é que as pessoas se conscientizem, percebam que a ciência evoluiu e que há mais de 200 anos a vacinação se mostra eficiente. Seu custo benefício é grande — fala a judoca, que se impressionou com o poder das fakes news durante suas pesquisas na faculdade. — A hesitação pode ocorrer por questões religiosas, receio em relação à eficácia e outros fatores. Mas o poder das fake news foi o que mais me chamou a atenção durante meu trabalho de TCC. Mais do que nunca é preciso filtrar as informações.

 

Trabalho em equipe

Gabriela acredita que o judô contribuiu para a conclusão do curso. Segundo ela, o jita kyoei, benefício mútuo, um dos princípios valorizados no judô, também se aplica à enfermagem. Isso porque, mesmo o judô sendo um esporte individual, é necessário contar com a ajuda de outro judoca para se desenvolver.

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Gabriela sabe bem o que significa trabalho em equipe. Durante anos e em dois ciclos olímpicos, foi sparring de Sarah Menezes, campeã olímpica em Londres-2012. Sarah está aposentada dos tatames depois do sétimo lugar na Rio-2016 e de ter se tornando mãe.

— Para mim foi uma honra ter tido a Sarah como exemplo e tê-la visto ganhar o ouro em Londres. Foi um momento mágico para mim também. Só tenho gratidão pelo que passamos juntas e pelas oportunidades que ela me deu de crescimento. Eu a ajudei naquela época e hoje tem muitas meninas que me ajudam também. Essa é uma das magias do judô.


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