Escutou-se o trovão na noite sem lua. De arrepiar. Relâmpagos substituíam a luz do luar. Todos os deuses respiravam em volta do quase silêncio interrompido pelo trovejar dos céus. Sim, o céu troava e a chuva avisava que estava chegando, com toda força. Que bom seria se ela acontecesse com maior frequência, se já estivéssemos habituados com o prenúncio das águas vindas do céu e estas nos causasse, além da alegria de recebê-las, o alívio da boa colheita que ali se anunciava. Chuva é muito mais sinônimo de mesa farta que apenas o cheirinho de terra molhada. É muito mais o indicativo de fartura que simplesmente poças d’água num chão desacostumado com algo a aguar-lhe. E veio a chuva, renovando as esperanças de um povo que dela depende para ser feliz. No meu sertão, contrariando todos os dicionários, chuva é sinônimo de felicidade. Se forte e demorada, felicidade plena. Se neblina apenas, um alisar de paz, um breve anunciar de coisa boa. Sejamos chuva, alegres e felizes. Permitamos que os céus trovejem.
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