O SONO (POEMA DO MARANHENSE GONÇALVES DIAS
O SONO
Gonçalves Dias
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Nas horas da noite, se junto a meu leito
Houvesse acaso, meu bem, de chegar,
Verás de repente que aspecto risonho
Que toma o meu sonho,
Se o vens bafejar!
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O anjo, que ao sono preside tranquilo,
Ao anjo da terra não ceda o lugar;
Mas deixe-o amoroso chegar-se ao meu leito,
Unir-me a seu peito,
D'amor ofegar.
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As notas que exaltam as harpas celestes,
Os gozos, que os anjos só podem gozar,
Talvez também frua, se ao meu peito unida
T'encontro, ó querida,
No meu acordar!