Cena icônica de “O Silêncio dos Inocentes”: o olhar sombrio de Hannibal
THE SILENCE OF THE LAMBS (ou: “O Silêncio dos Inocentes”) é uma das maiores obras cinematográficas fictícias de todos os tempos. A história gira em torno da jovem estagiária do FBI, Clarice Starling, que é recrutada com a missão de entrevistar o brilhante psiquiatra e assassino canibal em série, Hannibal Lecter, que está preso em um manicômio há oito anos com o objetivo de formular o perfil de um assassino em série que esfola a pele das suas vítimas, também conhecido pelo nome de Bufallo Bill.
Ao longo da trama, percebemos que Clarice se torna cada vez mais carismática até nos apegarmos totalmente à personagem dela, com sua história trágica e com o objetivo de salvar a vida das pessoas, Clarice torna-se uma das personagens mais icônicas no filme, inclusive com a perfeita atuação de Jodie Foster no papel principal.
Como esperado, Anthony Hopkins também surpreendeu ao longo da trama no papel do inescrupuloso Hannibal Lecter que, assim como Clarice, se torna cada vez mais carismático até nos apegarmos a ele. Além disso, percebemos as atuações de coadjuvantes fantásticas de Scott Gleen como o diretor do FBI, Ted Levine como o Bufallo Bill e Kasi Lemmons que por mais que tenha trabalhado mais como diretora de cinema do que como atriz, nos surpreendeu ao viver o papel da personagem Ardelia Mapp, amiga e colega de quarto de Clarice Starling.
“O Silêncio dos Inocentes” é um filme que de início tem uma proposta simples, uma estudante da academia de Polícia tem a missão de buscar informações do perfil de um serial killer, o problema é que para poder achar esse perfil ela tem que entrevistar um assassino canibal: Hannibal Lecter. É um filme forte e que explora os lados da crueldade humana e acima de tudo as “motivações” de um assassino. É brilhante a maneira como o filme se desenrola e em especial as conversas entre o Hannibal Lecter e Clarice Staling. São diálogos afiados, inteligentes. De um lado uma esperta policial e do outro, um extremo manipulador. Lecter é um psicopata que entra nas mentes das pessoas, explora seus traumas, é extremamente perigoso e assustador e é incrível como ele consegue deixar a forte e valente Clarice vulnerável a seus questionamentos. O roteiro do filme também de forma sutil mostra como era difícil ser mulher policial, por vezes constrangedor, receber olhares de outros policiais que se admiram ao ver uma mulher em um cargo de investigadora, algo que infelizmente ainda acontece hoje em dia.
O longa foi indicado a sete estatuetas do Oscar e se saiu vencedor em cinco categorias principais, dentre eles o de melhor filme, melhor diretor, melhor atriz, melhor ator e melhor roteiro adaptado. E, merecidamente, pois o filme possui, primeiramente, uma direção perfeita, o desenrolar do filme é muito bem orquestrado pelo diretor Jonathan Demme que sabe conduzir as cenas, sejam elas de simples diálogos ou até de momentos mais tensos no terceiro ato e sem contar o ótimo trabalho conduzido com o elenco.
Com um roteiro bem montado, o elenco aproveita e se entrega a brilhantes atuações. Anthony Hopkins faz aqui seu melhor personagem, de longe um dos meus favoritos. É um psicopata extremamente manipulador e tem um olhar assustador chegando a ser hipnotizante para quem assiste. Ele usa pequenos detalhes da vida de uma pessoa e joga com elas um doentio jogo psicológico. E a Jodie Foster é outra com uma das melhores atuações na carreira, uma mulher forte, sagaz e que tem uma sede por justiça, é uma atuação realmente magnífica, memorável.
“O Silêncio dos Inocentes” é um brilhante retrato da psicopatia humana, as decepções de um ser humano que expõe o seu instinto assassino, de um ser mentalmente perturbado, e como agem os mais manipuladores. Tem personagens fascinantes e uma dupla principal incrivelmente bem interpretada por Jodie Foster e Anthony Hopkins. Um thriller policial de primeira linha.
O Silêncio dos Inocentes | Trailer Oficial:
O Silêncio dos Inocentes (1991) – Crítica Rápida: