Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 06 de agosto de 2020

O RAP SEGUE FIRME E FORTE

Jornal Impresso

O rap segue firme e forte
 
Para comemorar o dia nacional do gênero musical, o Correio apresenta a trajetória do hip-hop no DF: das batalhas de rua às casas de show

 

» Lucas Batista*
» Pedro Ibarra*

Publicação: 06/08/2020 04:00

Hungria (Hungria Hip-Hop/Divulgação)  

Hungria

 

 
Viela 17 (Nathalia Millen/Divulgação)  

Viela 17

 

 
Hate Aleatório (Amanda Barros/Divulgação)  

Hate Aleatório

 

 
Vix Russel (Ísis Oliveira/Divulgação)  

Vix Russel

 

 
Tribo da Periferia (Tribo da Periferia/Divulgação)  

Tribo da Periferia

 

 
 
 
O rap e toda cena criada a partir do gênero tem uma importância cultural muito grande para sociedade em geral. Atualmente o estilo se consolidou como uma música de massas e ultrapassou o rock em números de ouvintes pelo mundo. A ascensão deste formato musical é visível também no DF, onde rappers saíram de condições difíceis de apresentar a própria arte nas periferias, para shows em todo o Brasil e no exterior.
 
O estilo comemora hoje o Dia Nacional do Rap. A homenagem foi estabelecida por lei, em 2008, pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Ou seja, há 12 anos a data é lembrada, mas o rap tem uma construção muito mais antiga no país.
 
No DF, a situação não é diferente, por mais que seja uma cidade mais nova. Data do final da década de 1980 e início dos anos 1990 o surgimento do movimento hip-hop na cidade. Foi a partir de nomes como Dj Jamaika, Câmbio Negro, Gog, Baseado nas Ruas e Viela 17 que o gênero musical foi recebendo notoriedade.
 
“O rap veio se instalar no Brasil de forma revolucionária, mas não só bastava ter letras e ideias. Para disseminar a cultura, nós precisávamos gravar algo, mas, como o sistema era analógico e caro, e com a cultura sendo oriunda de periferias, tínhamos um impasse financeiro e de conhecimento artístico em geral”, relembra Japão, líder do grupo Viela 17.
 
As batalhas e as festas com hip-hop estavam começando e o público estava se familiarizando com o gênero. Dj Jamaika teve papel importante ao levar a música para as rádios, trazendo nomes de fora, como MV Bill, para a cidade e lançando álbuns, abrindo caminho para que Mcs, incluindo Gog e Câmbio Negro pudessem se aventurar e se notabilizar no estilo. “Não existia o digital, ninguém fazia músicas nesse sistema, aliás nem sonhávamos que um dia existiria um CD. Para gravar um álbum e lançar um LP não era fácil, mas, de tanto persistir, conseguimos”, recorda Japão, que ainda ressalta a influência dos Djs Raffa Santoro e Manomix para o início da carreira.
 
O músico ainda declara que mesmo tendo participado do início do movimento no DF, os músicos seguem ativos até hoje, mostrando a capacidade da arte. “Acredito que todos tiveram conhecimento de nossa existência, não sei se eles encaram como um legado, até porque não estamos mortos, continuamos ativos e trabalhando bastante. Mas, podemos ter contribuído como referência.”
 
Do quadradinho para o mundo
 
Nomes da primeira geração, como o de Gog, receberam notoriedade e ainda continuam na ativa como influência direta para as gerações seguintes. Artistas como Tribo da Perifería, Flora Matos, Froid e Hungria Hip-Hop apresentaram os moldes brasilienses de como fazer rap em escala mundial.
 
“Além da realização pessoal que todo músico tem de mostrar um pouco da sua cidade, sua vida e seu sentimento para o Brasil, para mim, a sensação é de dever cumprido”, afirma Duckjay, do grupo Tribo da Periferia. O rapper se juntou aos ex-integrantes Mano Marley e Alisson para criar o grupo. DJ Bola Tribo e AceDace também tiveram uma trajetória curta pelo grupo. Atualmente, a Tribo, que faz sucesso desde os anos 2000, é formada por Duckjay, Look e pelo DJ Lerym.
“Independentemente da cena, o mais importante é ser referência para molecada da minha quebrada, poder mostrar que a música dá certo porque eles sabem de onde eu vim”, comemora o artista.
 
Outro nome, mais potente de 2010 para cá, é Hungria Hip-Hop. “É totalmente gratificante quando você sai do regional para o nacional. É muito interessante ver que eu fazia shows em Regiões Administrativas, passei a fazer pelo Brasil e cheguei num nível internacional. Fui ao Japão, Europa, Estados Unidos...”, relata Hungria sobre a popularização do rap de Brasília.
 
De olho no futuro
 
Uma nova geração se organiza para assumir, nos próximos anos, o protagonismo da cena hip-hop do DF. Nomes como Vix Russel, Hate Aleatório, Kel, Santzu e Novin Mob vêm ganhando visibilidade e se consolidando aos poucos como promessas não só do gênero, como da música do DF. “Eu enxergo o cenário do DF em crescimento. Há poucos artistas daqui que estão estourados mesmo, mas tende a crescer”, analisa Hate Aleatório.
 
Vix Russel recentemente lançou o EP BB, como prêmio de um concurso que ganhou da marca Red Bull. Ela pretende seguir buscando o espaço das mulheres na cena, assim como fizeram Flora Matos e Realleza. “O espaço das minas está sendo conquistado, estamos fazendo um som muito bom, às vezes melhor do que vários caras, mas a valorização é muito menor e temos que nos esforçar muito mais para conseguir chegar”, explica. “As mulheres estão ocupando esses espaços muito rápido e com muita qualidade, para poder lançar o som delas. O futuro é feminino, tudo só vai melhorar”, completa.
 
Correio no Rap DF
O rapper Japão conta que o jornalista e fotógrafo Wanderlei Pozzebom, que trabalha no Correio por mais de 20 anos, teve papel crucial para o desenvolvimento do cenário hip-hop no Distrito Federal. “Ele nos anos 1990 tirou gratuitamente fotos de quase todas as capas de discos que foram lançadas e ainda rendia matérias no jornal para divulgar o nosso trabalho”, conta o músico.
 
Influência de Ceilândia
Desde o início até os dias atuais, Ceilândia é um celeiro importante para o rap do Distrito Federal. Um dos berços da cena, a região administrativa tem forte apelo como um polo cultural de forma geral e no hip-hop não seria diferente “Ceilândia está aí como um dos maiores centros culturais do Brasil. Não é algo que está começando agora, a gente tem história, temos um legado”, pontua Vix Russel. A cidade é inclusive citada na música Capítulo 4, versículo 3, dos Racionais MC’s.

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