O QUE TU ÉS
Catulo da Paixão Cearense
Se um riso vem teus lábios colorir de alma o rubor
As almas a teus pés vem prosternar-se com ardor
A luz transluz dos céus, nos céus dos olhos teus
Saudosos como o luar no mar a cintilar
Tua alma cheira mais que um alvo jasmineiro todo em flor
Onde tu passas fica um aroma a soluçar
Tu és de Deus a obra prima, não tens par
És uma rima singular
Tu és a pérola ideal que o mar gerou
Tu és a flor mais aromática que Deus sonhou
A mais plangente, meiga lira
Sons não tira como as notas desse teu falar
Teus seios tem o sacro e doce aroma de um missal
Teus lábios tem a eterna sensação da extrema unção
Tu fazes sem pensar, os astros palpitar
Tu fazes sem querer, as almas padecer
Tuas tranças cheiram mais que as rosas transcalantes de um rosal
Que a madrugada vem de orvalho perolar
És uma flor da fonte a margem de cristal
És um poema divinal
És a mais sonora estrofe do Senhor
És a irradiação mais branca do luar
És a luz solar, um hino sideral
Nos olhos tens os raios de uma estrela vesperal
Nos lábios tens a taça inebriante de hidromel
Da imagem do perdão, tu és a cópia mais fiel
Tu és um coração de orvalho lá do céu
Que um anjo a chorar perdeu.
O QUE TU ÉS
Canção de Catulo da Paixão Cearense, melodia de Anacleto de Medeiros e voz de Vicente Celestino