Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sexta, 20 de março de 2020

O QUE FAZER COM AS CRIANÇAS DURANTE O ISOLAMENTO

 

O que fazer com as crianças durante o isolamento: veja opções de brincadeiras sem eletrônicos

Redação Divirta-se

20 de março de 2020 | 03h00

Durante o isolamento, brincadeiras em família, sem eletrônicos, ajudam a distrair a família

Nathalia Molina e Fernando Victorino (especiais para o Estado)

Foto: Felipe Rau/Estadão

 

Alemanha e Itália travaram um duelo duro na noite da segunda-feira, em mais um capítulo da luta mundial contra os efeitos do novo coronavírus. Em campo, o jogo terminou sem gol. Apesar do resultado, a partida de futebol de botão entre pai e filho cumpriu a missão de espantar o tédio do isolamento imposto pela pandemia.

Ficar em casa por dias seguidos, sem botar o pé na rua, não chega a ser uma situação inédita para um casal de jornalistas que, desde 2015, trabalha onde mora. Acrescente a essa combinação um filho hoje com 11 anos (foi aniversário dele ontem!). Como toda criança da sua idade, Joaquim navega com desenvoltura pelo mundo digital, se arriscando até a youtuber nas horas vagas, mas sem abrir mão da diversão analógica quando nos juntamos em família.

Quanto maior a criança, mais desafiador é manter o interesse por atividades desconectadas de uma tela. Impossível não é. Exige de nós, pais, fazermos o mesmo. Parece mais difícil do que pedir isso para eles? Tudo bem, segredo cá entre nós. Pense que serve para uma quebra na rotina computador-TV-celular, tão comum no nosso dia a dia.

Nós adoramos um jogo em família. Tiramos o momento para aproveitar a companhia um do outro. Esquecemos ganhar ou perder, se o resultado da atividade ficou feio ou bonito, se a história inventada em conjunto é maluca. Só existe uma regra para toda e qualquer brincadeira: relaxar, juntos.

Sem poder ir à escola nem descer para brincar com os amigos do prédio, Quim passou a terça-feira participando de outra atividade em família (tão vintage quanto as sugestões que damos aqui): fazer jornal. Neste caso, de verdade. Para escrever este texto, relembramos brincadeiras que passaram por nós – “lembra quando ele descobriu as palavras e tinha mania de forca?” – e as que ficaram, como quebra-cabeças (gosto herdado da mãe) e futebol de botão (jogo com o pai na mesa da sala).

Ah, cuidado extra por causa da covid-19: futebol de botão, dardo e baralho exigem que a família toda lave muito bem as mãos – no tempo de cantar Parabéns para Você – e que os adultos higienizem os itens da brincadeira com álcool (para limpar objetos, usamos o convencional).

Terminamos perguntando ao Quim por que ele gosta de fazer atividades em casa em família. “Isso constrói relações e memórias felizes, que provavelmente nunca vou esquecer”, disse, logo emendando: “Ficou muito filosófico, né? Nem vão achar que fui eu que falei”. Tudo bem, Quim, nós sabemos que foi. Isso não importa. A principal regra do jogo em família você aprendeu, filho.

Foto: Felipe Rau/Estadão

Forca
Como muitas das brincadeiras das antigas sugeridas aqui, é suficiente ter papel e caneta. A ideia de adivinhar a palavra pensada por um dos jogadores é excelente para testar o vocabulário. Para os pequeninos, dê uma chance extra, definindo um tema para a escolha de palavras.
Quim: Quando era pequeno, sempre botava palavras grandes (Austrália, ventilador). Já botei até uma frase! “O pato viu o sapo que viu o gato.”

Jogo da velha
É mais velha do que o nome. Simples, é bem útil, especialmente para distrair os novinhos. Em casa, já usamos muito. Para a garotada que nunca brincou disso, é uma ótima oportunidade de apresentar outra utilidade para a hashtag.
Quim: Hoje em dia eu jogo muito com meu pai em espera de consultório do médico e da dentista.

Adedanha
Passatempo perfeito para enfrentar de filas a quarentenas. Todos os participantes falam “adedanha” e mostram a quantidade escolhida de dedos, usando uma ou duas mãos. Cada dedo vale como uma letra do alfabeto. Na letra que parar a contagem, todos devem falar uma palavra que comece com ela.
Quim: Jogo adedanha mais quando estou numa fila, num carro ou fazendo qualquer coisa parado. É um jogo mais para distrair. Eu jogo sem tema, ou seja, vale qualquer palavra (tema é nome de pessoa ou animal).

Stop
Versão de adedanha com MBA. Desenhe uma tabela. No alto de cada coluna, escreva um tema – cidade, nome próprio, fruta, cor e o que mais quiser. A letra da rodada é escolhida como na adedanha. Quem acabar de preencher a linha da tabela para a letra grita “stop”. O jogo para, e todos mostram as anotações. Palavras diferentes contam 10 pontos; iguais, 5; em branco, 0.
Quim: Meu pai e eu gostamos de stop, mas minha mãe, não. Eu boto coisas bizarras, como “Uvanilda” em nome e “Queijalândia” para lugar. Meus pais dizem que isso é roubadinha. Jogo stop até online.

Dominó
Da série jogos portáteis, é sucesso entre todas as idades, contrariando a ideia de que é distração de gente velha. Crianças pequenas costumam adorar. Elas se sentem crescidas porque já conseguem combinar o número de bolinhas e cores.
Quim: Eu jogava com meus pais e era muito bom. Se você tiver um dominó em casa, é diversão na certa.

Contar objetos
Pode ser por cor ou tipo de objeto. Vale ter cuidado com as crianças na janela se for brincar olhando para fora de casa. Dá para fazer uma versão no ambiente interno mesmo, Basta observar em volta.
Quim: Eu brincava de contar os carros pela janela com a minha avó. Como era pequenininho, eu trapaceava e falava que tinha achado 30 carros vermelhos (naquela época, eu achava 30 um número grande).

Alfabeto comestível
O Quim aprendeu esta na escola. Quando tinha uns cinco anos, bastava ter de esperar em algum lugar ou estar no carro indo para um ponto mais distante para vir a pergunta “vai demorar muito?”, seguida de “vamos brincar de alfabeto comestível?”. Em uma sequência acumulativa, a atividade testa a memória. A primeira pessoa diz: “Eu estava com tanta fome que comi…” Aí completa com uma palavra com a letra A. O seguinte tem de repetir tudo e acrescentar uma coisa com a letra B. O terceiro tem de lembrar de repetir o que o segundo disse e botar mais uma palavra com a letra C…
Quim: O divertido para mim era poder falar qualquer tipo de coisa, não só comida. Falava TV, fogo.

Complete a história
O final aqui geralmente é feliz. Não porque é romantizado, e sim porque é engraçado. As histórias mais doidas saem assim. No melhor estilo Sessão da Tarde, muita diversão, altas confusões.
Quim: Eu gosto muito de brincar com meus primos. Um começa contando uma história, aí o outro continua de onde parou. Eu gosto dessa brincadeira porque não tem um limite do que botar na história, então você pode falar o que quiser.

Pintar ou colorir
Relaxa mesmo. Dá para escolher a modalidade com menos sujeira (com lápis) ou bagunça geral (com tinta). Agora nós nos divertimos mais com isso do que o Quim. Na última vez em que nos juntamos com papel e pincel, ele já ficou preocupado com o resultado da pintura (constatação: temos um pré-adolescente em casa).
Quim: Eu gosto de pintar, mas sou mais fã de desenhar. Colorir era a coisa que eu mais fazia com meus pais. A gente comprava muitos livros de colorir. Todo desenho que a gente terminava botava os nomes. Se fosse minha mãe e eu, a gente escrevia “Joaquim e Nathalia”.

Foto: Felipe Rau/Estadão

Jogo de botão
Puristas chamam de futebol de mesa, mas pode ser praticado sobre qualquer superfície lisa e plana. Os jogadores devem combinar previamente as regras, entre elas, número de toques na bola, duração da partida e o que deve ser considerado falta.
Quim: No início eu era péssimo, tomava dez gols do meu pai. Agora já consigo empatar com ele em 0 a 0 ou pelo menos chutar a bola na trave. Posso não jogar bem futebol (mas eu jogo). Mas botão é divertido até para quem não gosta de futebol.

Dardo de plástico
Está aí um jogo que traz memórias adolescentes para os pais. Nós já tivemos jogos de dardos daqueles tradicionais. Antigamente não tinha de plástico como esse do Quim. Sem pontinha que machuque, pode ser pendurado no quarto da criança ou no lugar de um quadro.
Quim: Sendo sincero, eu nunca gostei muito desse jogo. Não é porque não sou bom, mas porque é chato. Por isso, não vou falar muito dele.

Mau mau
Era uma tradição na ala carioca da família. O objetivo é deixar os adversários com o maior número de cartas (entendeu o nome?). Ganha quem ficar sem nenhuma. Há várias regras, mas em geral o ás (A) faz o jogador seguinte pular a vez e o 7 leva a pegar duas cartas no bolo.
Quim: É um jogo divertidíssimo. Você acha que eu tenho dó porque são os meus pais? Não! Mando comprarem um monte. Mas pensa que eles têm pena de mim? É a mesma coisa!

Amarelinha
Se a família mora em casa, pode dar seus pulinhos no quintal. Na nossa infância, era brincadeira de menina. Ainda bem que o tempo mudou! (Mudou, certo?)
Quim: Sempre joguei errado. Achava que, em cada quadradinho, devia pular o número escrito. Por exemplo, se caí no 4, tinha de pular quatro vezes. Pelo visto não é assim.

Mímica
Definimos um tema para jogar. Pode ser nome de filme ou música. Lembrando que não vale o último do Tarantino, tem de ser do universo infantil. Está mais para Frozen e Detetives do Prédio Azul.
Quim: Gosto mais de imitar do que adivinhar. Quando vou fazer, eu capricho muito na encenação.

Jogo da memória
Falta memória para lembrar quantas vezes jogamos isso. Com uns três anos, o Quim amava. Ganhou muitos jogos da memória – nos referimos tanto à brincadeira como presente de parentes e amigos quanto às partidas. Ele era fera!
Quim: É divertido para crianças pequenas e até grandes. Minha mãe acabou de me contar que tinha uma época que eu era o campeão do jogo da memória.

Quebra-cabeças
Quando juntamos, mãe e filho, esse é imbatível na preferência. Começamos com aquele quebra-cabeças de seis peças enormes quando o Quim era muito pequeno. Pensando bem, estamos precisando retomar o hábito porque o último tinha 500 peças. Já temos programa para o fim de semana de isolamento.
Quim: Eu adoro quebra-cabeças! Sou bom em encontrar as peças.


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