Na história da humanidade tivemos grandes gestores que governaram com a cultura e a arte, esses fizeram administrações humanistas, gravaram seu nome na História.
Um exemplo da Antiguidade foi Adriano, imperador romano de 117 a 138, considerado um dos chamados “cinco grandes imperadores”. Ele reconstruiu o Panteão e construiu o Templo de Vénus e Roma. Adriano era um humanista. Durante seu reinado, ele viajou para quase todas as províncias do Império Romano. Um ardente admirador da Grécia, fez de Atenas a Capital da Cultura do Império. Adriano era entusiasmado pela literatura e nomeou seus assessores entre escritores, arquitetos, pintores e artistas.
Na história do Brasil durante o governo holandês no Nordeste, tivemos o Conde Maurício de Nassau. Ele amou a terra assim que chegou, houve um encantamento mútuo. Arrodeado de assessores bem escolhidos, arquitetos, pintores, escritores, artistas, transformou Recife em uma das cidades mais belas do Brasil. Até hoje Nassau é reverenciado pela sua administração ligada à cultura e à arte.
Recentemente em Palmeira dos Índios, agreste alagoano, foi eleito um prefeito de origem popular com nome de imperador, Júlio César, que resolveu revolucionar a administração municipal caduca praticada no Brasil e está tentando retornar a cidade de Palmeira dos Índios em seu devido patamar cultural, econômico e social no Nordeste Brasileiro.
Ao assumir a Prefeitura, tal qual anos atrás Graciliano Ramos assumiu, fez uma reunião com o secretariado, foi incisivo, “Não posso errar”, disse alto e bom tom para que todos soubessem que ali naquela cadeira havia um administrador de pulso com ideias inovadoras. Partiu para Brasília em busca de soluções, pedindo a um e a outro nos Ministérios e no Congresso. Já é conhecido como o prefeito pidão, como ele mesmo se denomina. Está conseguindo transformar Palmeira dos Índios dentro das limitações financeiras que são graves nos municípios brasileiros. O Poder concentrador do Governo Federal está acabando com o Federalismo. Só um exemplo na captação de recursos para a cultura pela Lei Rouanet, em 2016, 79% dos valores captados ficaram no Rio e São Paulo e 21% para o resto do Brasil. É uma distribuição cruel de recursos. Há mais de 10 anos está engavetado um projeto de mudança nessa lei, entretanto, o lobby do Sul Maravilha é poderoso.
Mas voltemos ao prefeito com nome de Imperador, Júlio César, num gesto de ousadia resolveu reconquistar o lugar de Palmeira dos índios e transformou a cidade na Capital da Cultura das Alagoas. Desde o Carnaval, São João, Semana do Índio, vem dando todo apoio à Cultura e a Educação. Recentemente foi realizada a Semana de Graciliano Ramos e a 1ª Festa Literária de Palmeira dos Índios. O sucesso extrapolou a expectativa, com uma programação da melhor qualidade, o auditório restaurado, sempre cheio, recebeu grandes escritores de todo Brasil em mesas de debates com temas dos mais variados, desde a entrevista com o escritor Ivan Barros, homenageado, realizada pelos palmeirenses, jornalista Pedro Oliveira e Dr. Damião, como mesas de debates diversas: Projeto de incentivo à leitura (Passarinhar), Índios Xucurus na formação cultural das Alagoas, religiosidade popular. E mesas sobre a vida e obra do maior escritor brasileiro de todos os tempos, o ex-prefeito de Palmeira dos Índios, Graciliano Ramos. Parte da família do nosso maior escritor compareceu ao evento, que constou ainda com o corredor Velho Graça apresentando oficinas, venda e troca de livros, contação de histórias. Foi uma grande festa onde a Literatura se misturou com o Teatro em encantadas apresentações de alunos, e shows noturnos magnífico mostrando a arte e cultura nordestina.
O auditório e o corredor sempre lotados sensibilizou a comunidade. A Festa Literária de Palmeira dos Índios se consolidou desde a primeira edição e pode considerar que já entrou na lista das melhores do Nordeste, foi o evento cultural do ano em Alagoas. De parabéns Palmeira dos Índios, Alagoas, a secretária Isvânia Marques, a eficiente equipe, e principalmente o mentor de tudo isso, o obstinado, ousado, pidão, renitente, prefeito Júlio César, com nome de Imperador.