Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlito Lima - Histórias do Velho Capita sexta, 03 de novembro de 2017

O PREFEITO COM NOME DE IMPERADOR

Na história da humanidade tivemos grandes gestores que governaram com a cultura e a arte, esses fizeram administrações humanistas, gravaram seu nome na História.

Um exemplo da Antiguidade foi Adriano, imperador romano de 117 a 138, considerado um dos chamados “cinco grandes imperadores”. Ele reconstruiu o Panteão e construiu o Templo de Vénus e Roma. Adriano era um humanista. Durante seu reinado, ele viajou para quase todas as províncias do Império Romano. Um ardente admirador da Grécia, fez de Atenas a Capital da Cultura do Império. Adriano era entusiasmado pela literatura e nomeou seus assessores entre escritores, arquitetos, pintores e artistas.

Na história do Brasil durante o governo holandês no Nordeste, tivemos o Conde Maurício de Nassau. Ele amou a terra assim que chegou, houve um encantamento mútuo. Arrodeado de assessores bem escolhidos, arquitetos, pintores, escritores, artistas, transformou Recife em uma das cidades mais belas do Brasil. Até hoje Nassau é reverenciado pela sua administração ligada à cultura e à arte.

Recentemente em Palmeira dos Índios, agreste alagoano, foi eleito um prefeito de origem popular com nome de imperador, Júlio César, que resolveu revolucionar a administração municipal caduca praticada no Brasil e está tentando retornar a cidade de Palmeira dos Índios em seu devido patamar cultural, econômico e social no Nordeste Brasileiro.

Ao assumir a Prefeitura, tal qual anos atrás Graciliano Ramos assumiu, fez uma reunião com o secretariado, foi incisivo, “Não posso errar”, disse alto e bom tom para que todos soubessem que ali naquela cadeira havia um administrador de pulso com ideias inovadoras. Partiu para Brasília em busca de soluções, pedindo a um e a outro nos Ministérios e no Congresso. Já é conhecido como o prefeito pidão, como ele mesmo se denomina. Está conseguindo transformar Palmeira dos Índios dentro das limitações financeiras que são graves nos municípios brasileiros. O Poder concentrador do Governo Federal está acabando com o Federalismo. Só um exemplo na captação de recursos para a cultura pela Lei Rouanet, em 2016, 79% dos valores captados ficaram no Rio e São Paulo e 21% para o resto do Brasil. É uma distribuição cruel de recursos. Há mais de 10 anos está engavetado um projeto de mudança nessa lei, entretanto, o lobby do Sul Maravilha é poderoso.

Mas voltemos ao prefeito com nome de Imperador, Júlio César, num gesto de ousadia resolveu reconquistar o lugar de Palmeira dos índios e transformou a cidade na Capital da Cultura das Alagoas. Desde o Carnaval, São João, Semana do Índio, vem dando todo apoio à Cultura e a Educação. Recentemente foi realizada a Semana de Graciliano Ramos e a 1ª Festa Literária de Palmeira dos Índios. O sucesso extrapolou a expectativa, com uma programação da melhor qualidade, o auditório restaurado, sempre cheio, recebeu grandes escritores de todo Brasil em mesas de debates com temas dos mais variados, desde a entrevista com o escritor Ivan Barros, homenageado, realizada pelos palmeirenses, jornalista Pedro Oliveira e Dr. Damião, como mesas de debates diversas: Projeto de incentivo à leitura (Passarinhar), Índios Xucurus na formação cultural das Alagoas, religiosidade popular. E mesas sobre a vida e obra do maior escritor brasileiro de todos os tempos, o ex-prefeito de Palmeira dos Índios, Graciliano Ramos. Parte da família do nosso maior escritor compareceu ao evento, que constou ainda com o corredor Velho Graça apresentando oficinas, venda e troca de livros, contação de histórias. Foi uma grande festa onde a Literatura se misturou com o Teatro em encantadas apresentações de alunos, e shows noturnos magnífico mostrando a arte e cultura nordestina.

O auditório e o corredor sempre lotados sensibilizou a comunidade. A Festa Literária de Palmeira dos Índios se consolidou desde a primeira edição e pode considerar que já entrou na lista das melhores do Nordeste, foi o evento cultural do ano em Alagoas. De parabéns Palmeira dos Índios, Alagoas, a secretária Isvânia Marques, a eficiente equipe, e principalmente o mentor de tudo isso, o obstinado, ousado, pidão, renitente, prefeito Júlio César, com nome de Imperador.

 


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