Esta noite cismei de responder às perguntas de Pablo. E quando um dia eu descobrir a cor do perfume que exala do pranto azul das violetas, mandarei uma carta para ele dizendo-lhe da novidade, não sem antes agradecer àquelas flores o cheiro bom que me oferecem nas madrugadas insones. Sei que elas, a exemplo da esperança, são regadas com o mais puro orvalho das manhãs. E enquanto a resposta não vem, o céu, da mesma cor do pranto das violetas, reverenciará meu jardim, regando-o com igual intensidade das lágrimas que escorrem do meu rosto quando descubro a saudade. Chuva e lágrimas se misturam no horizonte distante que me carrega em sonhos até um infinito que um dia será meu. Depois do almoço tentarei descobrir de onde vem o sal do mar, se doces são todos os rios. Essas perguntas, e outras mais, atormentaram Pablo toda a vida. Mas continuo quebrando a cabeça para descobrir as respostas que nem o Poeta conseguiu descobrir. Se não as encontrar, deitar-me-ei na rede branquinha e vou fazer Palavras Cruzadas. Antes, beberei uma água friinha, recolhida da moringa de barro num canto da sala, depois de um doce pedaço de rapadura gerada nos engenhos do Crato. No mais, apenas observarei a flor voar de sabiá em sabiá, sendo feliz como a chuva que teima em chover toda a sua alegria…
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