O PERSONAGEM
RETRATO DE IRMÃO
Manoel de Barros
Era um ente irresolvido entre vergôntea e lagarto.
Tordos que externam desterro sentavam nele. Sua voz era
curva pela forma escura da boca. (Voz de sótão com
baratas luminosas.) Dava sempre a impressão que
estivesse saindo de um bueiro cheio de estátuas.
— Conforme o viver de um homem, seu ermo cede — ensinava.
Era a cara de um lepidóptero de pedra. E tinha um
modo de lua entrar em casa.
Deixou-nos um TRATADO DE METAMORFOSES
cuja Parte XIX, Livro de pré-coisas, transcrevemos.