Lacinho do Partido Encarnado
Festejos. Sempre foi esse o nome dado ao evento que marcava algo relacionado com a Igreja Matriz do bairro – independentemente de quem fosse a padroeira. Por uma semana, o Vigário e pessoas que costumavam dar apoio para que os “festejos” acontecessem trabalhavam com denodo e de forma árdua.
Sempre foi ponto alto, a realização das “quermesses” – movimento que possibilitava o encontro da comunidade em congraçamento, após a Missa noturna. O evento acontecia por uma semana ou por um máximo de quinze dias. Começava num domingo e terminava também num domingo.
Nas quermesses – onde aconteciam a degustação de comidas típicas, leilões com prendas valiosas (a maioria doada por alguém – para que o arrecadado revertesse em benefício do que se propunha: manutenção ou construção da paróquia) e a insubstituível disputa entre o PARTIDO ENCARNADO e o PARTIDO AZUL.
Era uma disputa ferrenha. Meninas adolescentes eram escolhidas para representar os dois partidos – e tinham a obrigação de vender brindes com a cor do partido que representavam: encarnado e azul. Uma disputa jovem, respeitosa e edificante, porque era ali que começava o respeito ao próximo.
No encerramento de cada noite, o leilão. Toda a arrecadação era direcionada ao propósito comunitário em benefício da paróquia. O “leiloeiro” era sempre algum líder comunitário que, pela vida transparente, merecia a confiança de todos. Era assim.
Decoração aérea das quermesses nos festejos religiosos
O outro PARTIDO ENCARNADO é um partido político que nasceu nos anos 80 com o propósito de ser um oásis para quem não se entregava nem se conformava com o regime “não-político” imposto ao povo brasileiro desde o dia 31 de março de 1964. O novo partido encarnado era uma provável válvula de escape. Não foi, ou pelo menos, não é mais.
A ânsia de respirar novos ares levou muita gente para as hostes do Partido Encarnado – criado em 1980 e legalizado em 1982 como PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT). Todos aqueles que “caminharam junto”, acreditavam. Acreditavam nas propostas do PT.
Caminhando com suas próprias pernas, “contra o vento e já com documento”, o PT encontrou uma bifurcação. Tomou o caminho errado, e, percebendo isso, não teve coragem e dignidade suficientes para “retornar” e escolher a outra opção. Mudou tudo, ou quase tudo, e hoje vive dias que só apontam um destino: o fim, enquanto sigla partidária de confiança.
Foram suficientes para o oásis se transformar em lamaçal, apenas treze anos de mandato no Executivo: dois de Lula; e quase dois de Dilma Roussef.
I
“O Partido dos Trabalhadores (PT) é um partido político brasileiro. Fundado em 1980 (mais precisamente a 10 de fevereiro de 1980, e registrado no dia 11 de fevereiro de 1982) integra um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América Latina. No início de 2015, o partido contava com 1,59 milhão de filiados, sendo o segundo maior partido político do Brasil, depois do PMDB. Na legislatura atual (2015-2019), o PT tem a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e a terceira maior do Senado Federal.
Os símbolos do PT são a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro (exceto no Rio Grande do Sul, onde a estrela na bandeira é amarela), a estrela vermelha de cinco pontas, com a sigla PT inscrita ao centro, e o hino do partido. Seus filiados e simpatizantes são denominados “petistas”.
O PT possui, como os demais partidos políticos no Brasil, uma fundação de apoio. Denominada Fundação Perseu Abramo, foi instituída pelo Diretório Nacional em 1996 e tem por missão realizar debates, editar publicações, promover cursos de formação política e preservar o patrimônio histórico do partido – tarefa pela qual é responsável o Centro Sérgio Buarque de Holanda. A FPA substituiu uma fundação de apoio partidário anteriormente existente no PT, a Fundação Wilson Pinheiro, criada em 1981.
Em 2003, com a posse de Luís Inácio Lula da Silva como Presidente da República, o partido passou a comandar pela primeira vez o Executivo brasileiro. Lula reelegeu-se em 2006 e foi sucedido em 2011 por Dilma Rousseff, sua Ministra-Chefe da Casa Civil. Dilma foi reeleita em 2014 e deixou a presidência em agosto de 2016, após sua destituição ser aprovada pelo Congresso Nacional.” (Transcrito do Wikipédia)
Estrela encarnada – o símbolo petista
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II
“O PT surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes. Desde a sua fundação, apresenta-se como um partido de Esquerda que defende o socialismo como forma de organização social. Contudo, diz ter objeções ao socialismo real implementado em alguns países, não reconhecendo tais sistemas como o verdadeiro socialismo. A ideologia espontânea das bases sindicais do partido – e a ação pessoal de lideranças sindicais como as de Lula, Jair Meneguelli e outros, sempre se caracterizou por uma certa rejeição das ideologias em favor da ação sindical como fim em si mesma, e é bem conhecido o episódio em que Lula, questionado por seu adversário Fernando Collor quanto à filiação ideológica do PT, em debate televisionado ao vivo em 1989, respondeu textualmente que o PT “jamais declarou ser um partido marxista”.
Mesmo assim, o partido manteve durante toda a década de 1980 relações amistosas com os partidos comunistas que então governavam países do “socialismo real” como a União Soviética, República Democrática Alemã, República Popular da China, e Cuba. Estas relações, no entanto, jamais se traduziram em qualquer espécie de organização interpartidária ou de unidade de ação e não sobreviveram à derrocada do mesmo socialismo real a partir de 1989, não obstante a manutenção de certa afinidade sentimental de algumas lideranças do PT com o governo de Fidel Castro – como no caso emblemático do ex-deputado José Dirceu, que na década de 1960 foi exilado em Cuba e lá recebeu treinamento para a luta de guerrilha (da qual jamais participou concretamente). A liderança do PT mantém também boas relações com o governo de Hugo Chávez na Venezuela.
O PT nasceu com uma postura crítica ao reformismo dos partidos políticos social-democratas. Nas palavras do seu programa original: “As correntes social-democratas não apresentam, hoje, nenhuma perspectiva real de superação histórica do capitalismo imperialista”. O PT organizou-se, no papel, a partir das formulações de intelectuais marxistas, mas também continha em seu bojo, desde o nascimento, ideologias espontâneas dos sindicalistas que constituíram o seu “núcleo duro” organizacional, ideologias estas que apontavam para uma aceitação da ordem burguesa, e cuja importância tornou-se cada vez maior na medida em que o partido adquiria bases materiais como máquina burocrático-eleitoral.” (Transcrito do Wikipédia)