Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlito Lima - Histórias do Velho Capita quinta, 14 de dezembro de 2023

O NATAL DO CENTENÁRIO DA AVENIDA DA PAZ (CRÔNCA D COLUNISTA CARLITO LIMA)

 

 

As Capitanias Hereditárias foram a primeira medida reais de colonização tomada pelos portugueses em relação ao Brasil. Com as capitanias, foi implantado um sistema de divisão administrativa por ordem do rei português D. João III, em 1534. A América Portuguesa foi dividida em 15 faixas de terra, e a administração dessas terras foi entregue a cada um dos donatários. A capitania de Pernambuco em cujo território incluía a região que hoje é o Estado de Alagoas tinha como donatário Duarte Coelho que inicialmente preocupou-se apenas com Recife e Olinda. Os sabidos franceses com suas naus corsárias passaram por essa bela região e verificaram que era abundante em Pau Brasil. Construíram o Porto dos Franceses onde hoje é a belíssima praia do Francês, daí o nome, e ficou por mais de 40 anos roubando o Pau Brasil descaradamente e levando para Europa em suas embarcações de madeiras. Eles não construíram uma casa, não houve colonização francesa na região, era apenas roubo.

Tardiamente o donatário da capitania de Pernambuco se mancou, expulsou os franceses e construiu o povoado de Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul, onde hoje é a cidade de Marechal Deodoro. O porto dos franceses foi aberto para o comercio. O povoado passou a vila em 1611 e depois os nomes da vila foram diminuindo para Alagoa do Sul, depois, apenas Alagoas. Quando em 1817 nossa província de emancipou politicamente de Pernambuco tomou o nome de Província de Alagoas com capital na cidade de Alagoas (hoje Marechal). Acontece que por volta do século XVIII veio a Revolução Industrial no mundo e as embarcações de madeiras, as naus, foram substituídas pelos navios de ferro, os vapores.

Quando esses vapores vieram comercializar em nossa região não podiam atracar no porto dos franceses, de madeira, muito frágil, entretanto, encontraram um ancoradouro natural em pedras dentro do mar fazendo uma curva na enseada de Jaraguá. Os grandes navios aportaram nesse ancoradouro e Jaraguá iniciou uma efervescência de desenvolvimento refletido na cidade de Maceió que teve um surto de desenvolvimento ficando maior que a cidade de Alagoas (Marechal). Em 1839 a capital da Província de Alagoas foi transferida para a cidade de Maceió, sob o protesto do povo da antiga capital, chegaram a planejar uma guerra para não deixar levar o grande cofre da Prefeitura. Maceió cresceu muito com dois núcleos populacionais: o bairro de Jaraguá e o povoado do Centro gerado de um engenho de açúcar construído onde hoje é a Praça Pedro II, em frente à Igreja da Catedral. Ligaram os dois núcleos urbanos construindo um aterro e a praia de Jaraguá passou a se chamar, praia do Aterro.

Entre 1914 e 1918 rebentou a 1ª Grande Guerra Mundial, Alagoas não foi à Guerra, mas, quando se deu o armistício, quando a guerra acabou em 1918, o então prefeito de Maceió, Firmino Vasconcelos festejou com a população a paz mundial na praia do Aterro com as Bandas Filarmônicas Santa Cecília e Carlos Gomes de Marechal Deodoro e muita cachaça. Um verdadeiro carnaval comemorando a paz entre os povos, a paz mundial. Naquela festa o prefeito prometeu a população que ali na praia do aterro construiria uma Avenida bonita à beira mar e daria o nome de Avenida da Paz. Como o prefeito era um homem de palavra diferente desses políticos de hoje em dia, construiu a bela Avenida Paz que foi inaugurada em 1920.

E nesse ano de 2020, a poeta, artista, produtora, Mirna Porto, com sua sensibilidade resolveu realizar o Natal do Centenário da Avenida da Paz, com uma festa belíssima, muita música, muita animação, claro que tomando todos os cuidados possíveis nessa época de pandemia, entre 15 de dezembro e 5 de janeiro. Está de parabéns a cidade de Maceió, a centenária Avenida Paz continua tão bela quanto em 1920 quando foi entregue ao povo. A festa do centenário está sendo realizada no coreto, que foi construído em 1928 pelo, então prefeito Jaime de Altavilla, e continua até dia 5 janeiro. Mesmo nesse tempo de pandemia, um bom Natal para todos maceioense e os agradecimentos a essa mulher forte, decidida, sensível, essa artista que já deixou seu nome na história da cultura alagoana, Mirna Porto.


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