Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sábado, 11 de março de 2023

O MINISTRO (CRÔNICA DA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

O MINISTRO

Violante Pimentel

Sully, Maximiliano de Béthune, Barão de Rosny, (1559 – 1641) foi um dos mais ilustres ministros da França, durante o reinado de Henrique IV (1553-1610) .

Era protestante. Seu pai apresentou-o a Henrique de Navarra, que o levou consigo para Paris, onde ele cursou o Colégio de Borgonha. Escapou à matança de São Bartolomeu e prestou o serviço militar no exército do rei de Navarra.

Henrique IV (Pau, 13 de dezembro de 1553 – Paris, 14 de maio de 1610), também conhecido como “o Bom Rei Henrique”, foi o Rei de Navarra como Henrique III de 1572 até sua morte, e também Rei da França a partir de 1589.

Depois que Henrique IV subiu ao trono da França, Sully foi o seu confidente preferido. Nomeado, sucessivamente, Secretário de Estado em 1591, Conselheiro do Conselho das Finanças em 1596, Inspetor-mor em 1597, Superintendente das Finanças e Grão-mestre da Artilharia em 1599.

Foi, sobretudo, pelas suas reformas financeiras, que Sully se tornou célebre. Soube, à força de atividade, ordem e economia, realizar os planos concebidos por Henrique IV. Para remediar a penúria da França e do tesouro real, começou por estabelecer uma contabilidade severa e puniu os concussionários (funcionários que recebiam propina); fiscalizou a repartição da capitação (certo imposto pago por cabeça; o que cabia a cada um pagar); diminuiu as isenções; reduziu os juros da dívida por meio de uma conversão; estabeleceu, numa palavra, um verdadeiro orçamento de 40 milhões; protegeu a Agricultura, reparou as estradas, as pontes, procurou dotar a França com uma rede de canais, mas só pôde levar a efeito o canal de Briare. Restabeleceu as fortificações das Praças fronteiras e deu ao país uma excelente artilharia.

Muito apreciado por Henrique IV, Sully opôs-se, frequentemente, às suas prodigalidades e às das suas amantes.

Impediu que o rei casasse com Gabriella d’Estrées e trabalhou para o seu casamento com Maria de Medici.

Henrique IV soube, todavia, resistir ao seu ministro, criando e desenvolvendo as indústrias de luxo, das quais Sully não era partidário.

Henrique IV da França (III de Navarra) morreu em Paris, França, no dia 14 de maio de 1610, quando partia para uma campanha militar. Foi assassinado por um fanático chamado François Ravaillac.

Após o assassinato do rei, Sully conservou as suas funções, e em 1611 as intrigas da Corte obrigaram-no a demitir-se do cargo de Superintendente das Finanças, e de Governador da Bastilha. Exigiu, então uma soma avultada e uma grande pensão, porque estava longe de ser desinteressado.

O seu ciúme de todos os outros ministros e favoritos era perceptível a olho nu. No entanto, ele foi um excelente homem de negócios, e se opôs às despesas exageradas com as cortes, que foram a perdição de quase todas as monarquias europeias nesses tempos.

Era dotado de capacidade executiva, acima de tudo, com profunda devoção ao seu rei. Havia ganho, implicitamente, a confiança de Henrique IV, e provou ser o assistente mais capaz em dissipar o caos em que as guerras religiosas e civis tinham mergulhado a França.

A Sully, ao lado de Henrique IV, pertence o crédito para a transformação feliz que houve na França, entre 1598 e 1610, pelo qual a agricultura e o comércio foram beneficiados, e a paz externa e a ordem interna foram restabelecidas. Foi um mercantilista prático.

Sully não era popular. Era odiado pela maioria dos católicos romanos, porque era um protestante, e também pela maioria dos protestantes, porque era fiel ao rei, que havia se tornado católico romano. Portanto, por ser um dos favoritos do rei, Sully era odiado por todos e considerado egoísta, obstinado e rude.

Em 1634, foi-lhe dado o bastão de Marechal, por intervenção de Richelieu. Escreveu umas memórias, que foram publicadas com o título de “Sábias e Reais Economias de Estado”.

Sendo Sully ministro da Fazenda durante o reinado de Henrique IV, da França, certo dia este o notou preocupado, e perguntou-lhe a razão.

Senhor – respondeu o ministro Sully: – as necessidades do Estado são urgentes e vamos ser obrigados a criar novos impostos. É isto o que me preocupa.

Oh! Novos impostos!- exclamou o rei, ficando sisudo e perdendo, de repente, todo o ar de sua graça.-Irritado, desabafou:

– Não me fale nisto! Meu povo já está muito sobrecarregado de impostos para que lhe imponhamos outros! Mais impostos, é impossível!!!…

– Senhor – continuou Sully, – acho-me diante de sérios compromissos. As despesas aumentam dia a dia e as rendas diminuem, não dando para cobri-las. Preciso fazer grandes pagamentos e me encontro sem recursos. Já sabeis, Majestade, que aquele que segura o cabo da caçarola é o que em pior situação se acha.

Irritado, o rei perguntou:

– Quem disse isto?

– A sabedoria popular, Majestade. É voz corrente. – Respondeu o ministro.

– Pois está enganado! – contestou o monarca de cara fechada:

 – O que se acha em pior situação é o que está se cozinhando dentro da caçarola e não o que lhe segura o cabo!

 


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