O MAR, A ESCADA E O JOMEM
Augusto dos Anjos
“Olha agora, mamífero inferior,
“À luz da epicurista ataraxia,
“O fracasso de tua geografia
“E do teu escafandro esmiuçador”
“Ah! Jamais saberás ser superior,
“Homem, a mim, conquanto ainda hoje em dia,
“Com a ampla hélice auxiliar com que outrora ia
“Voando ao vento o vastíssimo vapor.
“Rasgue a água hórrida a nau árdega e singre-me!”
E a verticalidade da Escada íngreme:
“Homem, já transpuseste os meus degraus?!”
E Augusto, o Hércules, o Homem, aos soluços,
Ouvindo a Escada e o Mar, caiu de bruços
No pandemônio aterrador do Caos!