Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Domingo – Dia de Matinê no Cinema Local domingo, 25 de julho de 2021

O LEOPARDO

HOJE: FILME SOBRE A  DECADÊNCIA DA VELHA NOBREZA ITALIANA

O LEOPARDO


GENTILEZA DOS COUNISTAS CÍCERO TAVARES DE MELLO E  DIRCEU MATTOS (d.Matt)

 

      

     Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale

 

O Leopardo (1963), a obra-prima de Luchino Visconti é uma mistura de sensações, que faz conviver elementos tensionados sem resolvê-los completamente, sempre respeitando a complexidade do que não se unifica. 

O filme reconstrói, com uma fotografia magistral, o período da atmosfera vivida nos palácios da aristocracia durante o conturbado reinado de Francisco II das Duas Sicílias e o “Risorgimento,”  longo processo de unificação dos estados autônomos que originaram o Reino da Itália, em 1870.   

O cenário político italiano é reconstituído com o intuito de interferir em dilemas dos personagens ficcionais, o confuso processo de unificação italiana, do príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha da decadência da nobreza e da ascensão da burguesia. Num cenário caótico de fortes contradições políticas ele luta para manter seus valores.  

Em meio à opulência e ruína, jogo de forças entre a nostalgia do passado e a mola propulsora que dirige o presente ao futuro. Bailes aristocráticos, quadros valorosos, tapeçarias cuidadosas, bustos estatuários, cômodos intermináveis, a grandeza, o encanto visual; em paralelo, o pó, a melancolia, o vagar paralítico, a indefinição, o tédio, a morbidez, a iminência do fim.   

A experiência de apreciar o filme é única, visto que a grandiosidade de Visconti é potencializada, o primor de sua direção é destacado e o talento da composição musical de Nino Rota se realça pelo poder sonoro. Quando o desfecho é anunciado pela legenda do “fim” (“fine, em italiano), a gente aplaude, entusiasmado. Que beleza, que ternura, que tessitura encantadora do estilo Visconti! Filmes como esse renovam o contrato de amor do cinéfilo com sua arte. Mais ainda: justificam a razão de ser da nossa espécie.  

O cineasta Luchino Visconti  (um nobre italiano "Conde de Lonate  Pozzolo",) um artista de grande sensibilidade, criador de obras  de arte, no cinema e no teatro italiano,  entregou-se de corpo e alma na criação deste filme que é a versão cinematográfica do livro clássico italiano   Il Gattopardo.   O filme, apesar de  toda produção e direção de arte ser genuinamente italiana, por questões comerciais imposta pelos  produtores, tem versão falada em italiano e versão em Inglês, assim como, devido a imposição dos financiadores americanos,  Visconti   foi obrigado a aceitar como astro principal o ator norte americano  Burt Lancaster, que não era a sua escolha prevista. 

 

Sorte do Visconti, pois neste filme o ator americano Burt Lancaster premia o telespectador com  um desempenho memorável, talvez o maior da sua gloriosa carreira, quando personaliza o Príncipe, vivendo em  um esplendor já agonizante da  nobreza Italiana, que continua  escondendo a crua realidade da  decadência, com um Fausto desgastado e ilusório.  


A  produção  de arte é de extremo bom gosto, a montagem é de  excelente qualidade, pois  durante todo o filme intercala cenas do  fausto atual, com cenas  dos aposentos vazios, empoeirados e  mobiliário desgastado mostrando que na atualidade é  o que restou da esplendorosa  e  luxuosa  "corte" dos nobres retratados. 


O elenco  escolhido a dedo pelo  requintado diretor, é composto por ótimos atores, todos  muito convincentes nos seus personagens, atores consagrados como Alain Delon e a magnífica Claudia Cardinale. 


A presença de Claudia Cardinale é um prêmio, não só para o filme, como também para os expectadores, sua simpatia, beleza e  grande presença em cena. Dá ao filme e em particular em todas as cenas em que participa uma demonstração de que estamos diante de uma estrela maior.  As suas cenas com o príncipe são magníficas. Ela demonstra sua versatilidade com grande lance e olhares sedutores, o modo como ela  seduz  o príncipe, para obter o seu apoio e ser aceita na nobre família como uma igual, é simplesmente impagável.  


A saga relatada e exposta  no  filme é bem explícita, quando demonstra, sem discursos, poucos fatos e ações e apenas comportamentos, de todos os personagens e principalmente do príncipe de que a nobreza está decrépita e que é preciso  uma revolução, mudar tudo, para que possa continuar  existindo teimosamente como sempre existiu. “  Nossos aplausos a Burt Lancaster, ao filme e ao diretor Luchino Visconti.

TRAILLER DO FILME:

 


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