Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo quinta, 06 de dezembro de 2018

Ô LASQUERA DE CALOR - PUTA MERDA!

 

 
Ô LASQUERA DE CALOR – PUTA MERDA!

Caldo de cana gelado aplaca o calor

Dez horas, sol causticante. Cidade sem árvores, assim, também sem sombras. Temperatura subindo e o corpo parece se tornar uma fonte d´água. O suor escorre pela testa.

– Éguas, não corre nem um ventinho!

Estou no Largo do Carmo, olho para o relógio. Mudo de vista, vejo o Ferro de Engomar. Olho de novo para o relógio, ainda são 10 horas.

Na calçada da frente, as bancas do João Marreco, Jorginho e Mondego. Todos procuram um lugar na sombra, que não vai adiantar muita coisa.

Olho de novo para o relógio. Já se passaram mais de 10 minutos e ainda são 10 horas, no relógio.

Porra, essa droga de relógio não funciona! Faz parte do sermão do padre: “no Maranhão, até as nuvens mentem”!

Veio uma ideia: a sombra do Abrigo.

– Siô, um caldo de cana e um pão doce!

– Cadê a ficha? Comprou a ficha?

Quantas vezes fizemos isso, repetimos esse gesto ali no abrigo, para tentar refrescar o calor, bebendo um caldo de cana do Guará!

Caldo bebido, pão doce comido. O calor vai embora, mas volta logo depois. O que não volta mais é o tempo!

* * *

A DACTILOGRAFIA


Antiga máquina de Datilografia

Lá pelos anos 50, 60 e até meados de 70, a grade curricular do ensino brasileiro, hoje rotulado de ensino médio, era recheada de “matérias” que iniciavam o caminho de alguns profissionais. Muitos foram bons profissionais, aproveitando apenas o que aprenderam naqueles tempos, sem a tal especialização.

Dona “Mundica” era a professora. Ensinava Português, Aritmética, História do Brasil, Geografia do Brasil, Caligrafia e Religião. O professor Orlando Leite, um dos mais completos Maestros do Brasil, por três anos nos ensinou Canto Orfeônico – ali aprendemos a ler e escrever música, solfejar, cantar e discernir o que era a primeira e a segunda voz. Clave de sol, e as notas musicais (dó, ré, mi, fá, lá, si). Todas as manhãs, o Hino Nacional Brasileiro.

Uma vez por mês, uma visita a uma instituição pública: museu, quartel, hospital, convento, igreja, tribunal.

A tarde era livre. Não. Não era. Cesta depois do almoço, tarefa escolar para fazer em casa, e, dia sim, dia não, aula prática de Dactilografia.

Lembro bem: mão esquerda – q, w, e, r, t; mão direita – y, u, i, o, p. Abaixo: a, s, d, f, g – h, j, k, l, ç.

Na última aula do curso, a prova prática, com 5 minutos para datilografar uma lauda. Sem erros. E a vida começava ali, para muitas profissões.


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