Suricate deitando a falação brasileira
Lusofonia é a comunidade formada por todos os povos e as nações que compartilham a língua e cultura portuguesas como Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa, Damão e Diu e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. O Dia da Lusofonia é comemorado em 5 de maio, dia esse dedicado à língua cultura e expressão portuguesa. É consagrada a Nossa Senhora da Conceição. (Transcrito do Wikipédia)
Ser ou não ser – eis a questão. Falar, ou não falar – eis o problema. O mundo inteiro fala vários idiomas, mas, o que se fala mais, mesmo, são os dialetos. E esses são incontáveis.
No que toca especificamente ao brasileiro, um dos países da comunidade lusofônica, é mais preocupante ainda a questão do “falar corretamente”. Escrever, então, nem se pretende discutir.
De uma ponta a outra do nosso mapa continental, muitas palavras com a mesma escrita tem significado completamente diferenciado, independente de região. E há quem se divirta com isso.
Muito mais com a pretensão de divertir que orientar de forma pedagógica, o cearense editou e distribuiu um “dicionário cearensês”, explicando o significado de várias expressões utilizadas no dia a dia entre as pessoas nascidas na “santa terrinha”.
No Ceará, o falar não é assim tão acentuado de forma que ninguém entenda – é mais para o lado do deboche das coisas. Há expressões puramente cearenses, mas já difundidas e conhecidas em outros continentes.
O “Arre égua” – por exemplo. É uma expressão que tende mais a algum tipo de admiração, mas pode e certamente tem outros significados, sempre de acordo com a situação em que está sendo usada.
Já a expressão “cagou o pau”, no Ceará é utilizada como o hoje abrasileirado, “foi mal”, “não deu certo”, “deu tudo errado”, “pisou na bola” e daí por diante.
Fulano “cagou o pau”. Significa que fulano errou, fez bobagem.
Falar assim não é de difícil compreensão. O mais difícil é pessoas se adaptarem a essa forma disforme de falar.
No Maranhão, onde vivo há exatos 32 anos, encontrei dificuldades para me adaptar totalmente. Achava estranho e ainda acho, a forma sem nexo de falar do maranhense.
“Mamãe, fulano quer me dá-lhe”. É um filho comunicando à mãe que alguém está querendo lhe bater. Tudo errado, gramaticalmente falando.
E quando o maranhense resolve reduzir as palavras?
Como é que fica?
Fica muito mais difícil de entender.
Veja, apenas uma palavra que, para o maranhense, encerra toda uma expressão. Ele fala: “zulive”, pretendendo dizer – “Deus o livre”, disso ou daquilo.
No Pará, que fica logo ali, algum parente, com intimidade e conhecendo o (a) filho(a), o(a) adverte, falando:
“Te mete a besta, que pau te acha.”
E o que isso significa? Não se atreva a fazer isso ou aquilo, que a coisa pode não terminar bem para você.
Além do mais existe também o falar com intenção chula, ofensiva, mas que no fundo não diz muita coisa:
– Vá tomar onde as patas tomam!
– Vá para a casa do caralho!
– Vá pra puta que o pariu!
– Beeeesta, fela da puta!
Onde é que as patas “tomam”? Na lagoa? Tomam o que? Tomam banho?!
Onde é mesmo a casa do caralho? A casa do caralho tem CEP? É a xereca? E, se for a xereca, a casa do caralho é um mal lugar?
Onde fica mesmo a puta que o pariu?