Essa Copa de algumas surpresas serviu também para revelar-me uma região da Rússia, onde está situada a cidade de São Petersburgo, onde o sol permanece ‘aceso’ por 18 horas durante o dia, por conta do fenômeno relacionado à sua posição geográfica. Hoje, por exemplo, dia da semifinal da copa, sábado, 14 de julho de 2018, o nascer do Sol ocorreu às 4:01 h e seu pôr se dará às 22.07 h, perfazendo um dia com 18 horas, 5 minutos e 29 segundos.
Há outras regiões em que isto ocorre com maior intensidade, não havendo noites, literalmente. A lua vive de férias e o sol trabalhando 24 horas por dia. No verão no Polo Sul , durante quatro meses, a noite é inexistente, ou seja, vários dias de 24 horas com o sol brilhando no céu.
Em outros lugares a natureza se diverte de forma diferente: são vários dias de escuridão, sol escondido e muito mais frio durante o inverno. Em Norilsk, por exemplo, três meses por ano, de novembro a fevereiro, o sol não nasce e somente a aurora boreal rompe a escuridão da longa noite. Ventos e o frio são quase eternos.
Dentro da utopia que às vezes nos ajuda a sonhar, fiquei a imaginar fosse o Brasil situado vizinho à Norilsk, num lugar em que não existisse dias e que o sol não aparecesse. Seriam 24 horas de lua, de muitas luas, de noites longas, escuro total. Seria o local ideal onde deveriam morar nossos políticos: talvez as 24 horas às escuras os estimulassem a dormir e, dormindo, não pudessem nos roubar. Talvez sonhassem com o roubo, como sonho com a existência desse lugar. Sonhar ainda pode.