Celso Arnaldo
A pior presidenta do mundo agora é a pior palestranta do mundo – em vários idiomas. Seu inglês levou os tradutores da ONU – os melhores do mundo – a colapsos nervosos irrecuperáveis. E o francês de Dilma, exposto em Genebra, não seria suficiente para ela tentar comprar um croissant sem ser expulsa da boulangerie. Mas, surpreendentemente, o melhor desempenho de Dilma, em suas andanças pelo mundo para denunciar o golpe providencial de que foi vítima, foi em Helsinque, esta semana.
Conseguiram para ela uma plateia de finlandeses dispostos a ouvi-la discorrer sobre o “puhallus” – golpe em finlandês, numa versão mais fantasiosa que as fábulas de Peikko e Tonttu. E não é que Dilma aprendeu finlandês, como mostra o vídeo abaixo? Bem, como não sabemos finlandês, só podemos avaliar sua proficiência nesse idioma nórdico pelas risadas da plateia. Imagine: Dilma, em seu stand-up internacional, arrancando risos até nos confins da Finlândia – e mesmo quando o assunto é o dramático golpe de estado de que foi objeto.
O público parece à vontade para gargalhar. Dilma, não. De repente, muda a clave da língua:
– Há uma dificuldade em do português falar finlandês.
Mas, espere: isso soa finlandês. Claro, mas, examinando bem, a sintaxe desse “em do português” parece familiar também a quem não conhece uma palavra do finlandês. Se houver ainda qualquer dúvida sobre a irmandade linguística entre finlandês e dilmês, ouça a frase seguinte:
– Brasil é um país que foi o último país a…
Agora, sim, nenhuma dúvida. Nem um finlandês falaria português assim.