Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 30 de janeiro de 2020

O CORONAVÍRUS E OS DÓLARES

 

O coronavírus e os dólares

O coronavírus é mais um risco para a economia global e, portanto, para o Brasil, que enfrenta um quadro de enfraquecimento evidente de suas exportações

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

30 de janeiro de 2020 | 03h00

Uma queda de 6,30% nas exportações brasileiras, de US$ 239,54 bilhões em 2018 para US$ 224,44 bilhões em 2019, deveria ser um desses motivos. A trajetória declinante das vendas externas apenas foi mantida no ano passado.

A perda continuada é em parte explicável pelo enfraquecimento do comércio global e pela recessão na Argentina, importante compradora, em anos normais, de manufaturados brasileiros. Mas é atribuível também ao escasso poder de competição e à limitada presença internacional da indústria brasileira. Esses problemas decorrem de vários fatores internos combinados. Os mais visíveis são a proteção excessiva, a diplomacia comercial equivocada, o investimento insuficiente em tecnologia, inovação e capital humano, as deficiências do financiamento e o famigerado custo Brasil.

 Nos últimos anos, o enfraquecimento do comércio global, em boa parte atribuível à disputa entre Estados Unidos e China e a outras tensões internacionais, agravou as dificuldades da exportação brasileira. A prolongada recessão argentina, sem perspectiva de grande mudança nos próximos meses, tem sido um importante fator de complicação.

Uma das poucas notícias animadoras, nas últimas semanas, foi a conclusão da fase 1 de um acordo entre Estados Unidos e China. Mas o acordado até agora, como observou o diretor-geral da OMC, foi a parte fácil. Isso foi suficiente, acrescentou, para deter a sequência de retaliações, mostrar a possibilidade de um acordo e permitir uma distensão do mercado. Falta a parte mais difícil e sobre essa nada foi claramente informado até agora pelos governos envolvidos.

Além disso, o sistema internacional é menos seguro e menos eficiente quando falha, ou pode falhar, o mecanismo formal de solução de conflitos. Paralisado o Órgão de Apelação, por causa do impasse em torno da nomeação de novos juízes, o sistema fica seriamente prejudicado. Felizmente, nem todas as disputas, lembrou o diretor-geral da OMC, vão parar no nível mais alto de apreciação.

Além disso, ele reafirmou a disposição de continuar negociando com o governo americano e avaliando suas queixas quanto ao funcionamento da organização. As queixas envolvem os critérios de aplicação das normas e os padrões de disciplina impostos pela entidade aos emergentes.

Qualquer fator de instabilidade internacional, mesmo um risco ainda mal definido, como o de uma nova pandemia, é relevante para o Brasil. O déficit em transações correntes aumentou 22,20% em 2019 e atingiu US$ 50,76 bilhões, soma equivalente a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB).

Não são ainda números alarmantes, porque o buraco foi coberto folgadamente com investimento estrangeiro direto. Ingressaram US$ 78,56 bilhões, valor quase igual ao de 2018. Mas qualquer susto maior pode afetar os fluxos de capital. A valorização do dólar em todos os mercados, nos últimos dias, foi um lembrete desse risco. Mas o detalhe mais preocupante, num quadro de muita incerteza global, é o enfraquecimento evidente das exportações brasileiras. Alguém se preocupa, em Brasília, com o custo possível de um novo choque externo?

O coronavírus é mais um risco para a exportação e, portanto, para a economia brasileira – um risco aparentemente menor, neste momento, mas nada desprezível. Outros sinais de alerta são bem visíveis no mercado internacional e nas contas externas do Brasil. Seria irresponsabilidade negligenciar qualquer nova ameaça. É cedo para medir o impacto da nova epidemia no crescimento global, disse o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, em entrevista à rádio CBN. Ele concentrou seus comentários em desafios mais concretos e muito próximos, como as tensões comerciais – apenas atenuadas neste momento – e o impasse com os Estados Unidos a respeito do Órgão de Apelação da OMC. Em Brasília, o Ministério da Economia tem motivos especiais, ou deveria ter, para estar muito atento a essas questões e a qualquer nova possível ameaça.

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