Era tempo de novenas, festa da padroeira, quermesse e animação.
Após as novenas as famílias se reuniam na pracinha da igreja.
Enquanto as mulheres compravam gulodices para entreter as crianças, os homens se reuniam nas barracas de bebidas.
E foi entre uma bebida e um papo e outro, que se deu o bate-boca entre dois primos.
Ambos já tinham sido contemplados com um par de chifres por suas digníssimas esposas.
José, sabia que era corno, mas já tinha se acomodado a situação, porém Gonzaga, era o mais novo corno da cidade, estava na boca do povo e pelo jeito seria o último a saber.
Quando a discussão esquentou, Gonzaga, pôs a mão no ombro do primo e falou:
– Zé, tu é corno, macho véi!
Zé naquela calma de corno convencido imitando o gesto do colega retrucou:
– E meu primo nem é!
Isso foi o suficiente para a turma inteira cair na gargalhada.
Esta colunista escrevendo Microconto, pegando carona na ideia da escritora Leila Jalul