Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 26 de novembro de 2018

O ADEUS A ZEZÉ NOBRE

 

Zé Nobre, artista, 63 anos
 
 
O estilo peculiar e a mistura de linguagens que incorporavam universos populares e eruditos faziam parte da produção do baiano

 

José Carlos Vieira
Ricardo Daehn

Publicação: 26/11/2018 04:00

 

Zé Nobre utilizava todo tipo de suporte e gostava de mesclar referências ( Arquivo pessoal



)  
Zé Nobre utilizava todo tipo de suporte e gostava de mesclar referências

 


Foi o próprio artista Zé Nobre quem definiu o alcance de sua arte: “Pretendo que o público que a observa se perca no clima da obra e não se ligue nas partes componentes do que vê”.  Nascido José de Almeida Nobre Faria, foi pioneiro nas artes plásticas de Brasília, cujos nascimento e maturidade acompanhou de perto.

Lançando mão da interatividade dos traços gráficos, apontados “como estilo e fim”, o baiano — morto na noite de sábado, por causa de problemas cardíacos — veio para a capital ainda criança e foi dos artistas multimídia mais populares de Brasília. Adotou referências de quadrinhos criados nos anos de 1960, administrou elementos pop e criou serigrafias, sempre atento à influência das capas de discos e às ilustrações produzidas por jornais brasileiros, uruguaios e argentinos. Para o Correio, ele emprestou o talento numa série de caricaturas de personalidades do ramo da música. Zé Nobre será enterrado, às 11h de hoje, no Cemitério Campo da Esperança.

Casada com o artista por mais de 15 anos, a jornalista Eliana Araújo manteve a amizade e a admiração. “Uma das coisas mais impressionantes que percebo nele é o fato de, mesmo tendo nascido em Salvador, ter se afirmado como brasiliense, por questões de raízes mesmo. Ele amava a cidade e os artistas locais e, principalmente, a cultura”, conta.

 

Duas das vibrantes obras do artista   ( Arquivo pessoal)  
Duas das vibrantes obras do artista

 

 

 

 ( Arquivo pessoal)  

 

 

O estilo peculiar de mesclar serigrafia com uso de papel contact agregava originalidade à produção. Eliana enfatiza “a grande paixão” que tinha pela Feira de Trocas de Olhos D´Água, tema de cartazes produzidos para o evento e de uma série de cartões-postais para  uma coleção batizada de Relicário. Esposa de Zé ao longo de 11 anos, a jornalista Ariane Lupiano explicita diversas qualidades do ex-marido: “Ele foi uma pessoa incrível — um artista multimídia do quilate que, raras vezes, Brasília viu. Na carreira, além da pintura, Zé criou vídeos e roteiros de tevê. Completo, ele sempre se manteve moderno”. 

Entre os pontos altos da carreira do ex-marido, Ariane destaca a exposição de 1999, Zé Nobre — O multimídia. “Lá, ele apresentou produção de cordel, vídeos, gravuras, pinturas a óleo e até poesia”, relembra. Ao Correio, o publicitário Casé de Sousa deu declaração que sintetiza boa parte da trajetória do amigo: “Comecei a reparar no trabalho do Zé nos anos 1980, época em que Brasília pipocava cultura por todos os cantos. Tinha o Concerto Cabeças, o Liga Tripa, o Paulo Tovar, o Renato Matos, o Beirão, o Miqueias, tudo isso era ilustrado pelo Zé Nobre com lindos pôsteres em silk, com um traço tão original que nem precisava assinar”.

Formação na capital
Muito antes de se tornar bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, Zé Nobre investiu, adolescente, no aprofundamento do interesse artístico. Ele se orgulhava de ser da primeira geração de Brasília e declarava a cidade como “musa e inspiração”. Múltiplo, respondeu pela fundação da empresa Da Anta Casa Editora (que publicou a revista Víbora), e dirigiu obras de cinema e de teatro.

Professor e crítico de cinema, Sérgio Moriconi relembra, com saudades, o período de longa amizade com Zé Nobre. “Crescemos juntos, no melhor estilo de família. O Zé foi um irmão para mim. Enquanto eu produzia vídeos de caráter educativo, ele já despontava nas artes gráficas. Junto com a produção pessoal, ele teve enorme importância na difusão da cultura local”, comenta o professor. a.

Filha de Zé Nobre, a dançarina Ana Luiza comenta que a família idealiza uma futura exposição com obras do artista, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). “Meu pai sempre queria todos ao redor estivessem bem, cuidando para que houvesse paz e amor, no centro de tudo”, conclui.

 

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