Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Cícero Tavares - Crônicas e Comentários quinta, 27 de abril de 2023

NÚBIA LAFAYETTE X CONDE SÓ BREGA (CRÔNICA DE CÍCERO TAVARES, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

NÚBIA LAFAYETTE X CONDE SÓ BREGA

Cícero Tavares

Não se faz mais brega como antigamente. A criatividade na melodias e na letra deu lugar ao sentimentalismo piegas, ao namorico instantâneo, ao ficar, que o diga o crítico musical José Teles que, no seu site pessoal trás um artigo interessante sobre a diferença de interpretação entre a potiguar Idenilde de Araújo da Costa, Núbia Lafayette, (1937-2007) e o bregadão recifense Ivanildo Marques da Silva, o Conde Só Brega, sucesso absoluto nos cabarés recifenses e metropolitanos, nos bailes interioranos e suburbanos.

“Ouço muito música brega, tosca, mal produzida, mal interpretada, a todo volume. Não em casa. De tosco pra mim já basta o mundo. O brega que ouço é tocado, o tempo todo, numa favela próxima ao meu prédio. Tocam uns bregueços curiosos. Uma cantora, que não sei quem é, canta um piseiro, sofrência, sertanejo, um troço desses, cuja primeira parte é igualzinha à melodia, complexa, de Fotografia, de Tom Jobim. E o povão gostando. Vá entender.

Aí entra o Conde, com “Se eu quiser fumar, eu fumo/se eu quiser beber, eu bebo” não sei como se chama a música, acho que Não tô Nem Aí. Os versos me levam à Núbia Lafayette, a potiguar Idenilde de Araújo Alves da Costa (1937/2007). Se cantasse MPB, Núbia Lafayette seria incluída entre as grandes vozes do país, mas seguia a linha que, no início dos anos 60, era rotulada de cafona. Seu principal fornecedor era o genial português Adelino Moreira, autor de inúmeros sucessos de Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Tocou muito no rádio, vendeu muito LP, até a eclosão do rolo compressor chamado jovem guarda.

Voltou às paradas quando o “cafona” foi substituído por “brega”, termo que vem de xumbregar, que no Nordeste era falado “xambregar”, que deu em xamegar. Xambrega, foi abreviado pra brega, que virou sinônimo de cabaré, zona. A música que tocava no brega acabou denominada de “brega”. Origem provavelmente pernambucana (talvez alagoana ou paraibana, onde a expressão era comum).

Núbia Lafayette recuperou o sucesso, em 1972, contratada pela CBS, em que Raul Seixas era produtor, e Rossini Pinto um faz tudo, de executivo, produtor, a fornecedor de canções. De Raulzito gravou Jamais Estive Tão Segura de Mim Mesma, de Rossini Pinto, o bolero Casa e Comida, grande hit, e que deu nome ao álbum. Desse LP é Lama (Aylce Chaves/Paulo Marques), outra que foi às paradas, e virou clássico do gênero, e que abre com os versos: “Se quiser fumar, eu fumo/se quiser beber, eu bebo/não interessa a ninguém”.

A diferença entre o samba canção ‘Lama’ e a o brega do Conde é não apenas na bela melodia da primeira, como na roupagem de ambas. A do Conde é tosca, tanto, que parece até proposital, para causar. ‘Lama,’ tem a voz personalíssima de Núbia, e um arranjo requintado, de conjunto regional com orquestra, acho que do maestro Astor, que trabalhou durante anos na CBS.”

Não devo nada a ninguém – DVD Livre Pra Voar

 

 

Núbia Lafayette – Minha Sorte (Pseudo Video)

 

 


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