— Embora o trabalho não esteja concluído, não há como negar que este é um marco. Obrigada, Nova Zelândia — disse a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, em entrevista coletiva. — Estamos confiantes de que eliminamos a transmissão do vírus na Nova Zelândia por enquanto, mas a eliminação não é por acaso, é um esforço sustentado.
O país de cinco milhões de pessoas está emergindo da pandemia, enquanto grandes economias como Brasil, Reino Unido, Índia e Estados Unidos continuam a lidar com a disseminação do vírus. Os 75 dias de restrições na Nova Zelândia incluíram cerca de sete semanas de uma quarentena rígida, na qual a maioria das empresas foi fechada e todos, exceto trabalhadores essenciais, tiveram que ficar em casa.
— Hoje, 75 dias depois, estamos prontos — afirmou Ardern, anunciando que as restrições de distanciamento social terminariam à meia-noite.
Ardern também disse que fez uma “dancinha” quando lhe disseram que não havia mais casos ativos da Covid-19 na Nova Zelândia, surpreendendo sua filha de 2 anos, Neve.
— Ela foi pega um pouco de surpresa e se juntou a mim, sem ter absolutamente nenhuma ideia de por que eu estava dançando pela sala — disse.
A Nova Zelândia registrou 1.154 infecções e 22 mortes por Covid-19 desde que o vírus chegou no final de fevereiro. Ardern prometeu eliminar, não apenas conter, o vírus, o que significava interromper a transmissão por duas semanas após o último caso conhecido receber alta.
Por enquanto, todos que entrarem no país continuarão sendo testados e postos em quarentena. Mesmo assim, o governo precisará mostrar que pode reaquecer a economia, que deverá afundar em recessão.
Os partidos de oposição criticaram a decisão de Ardern de manter as restrições por tanto tempo.
— Precisamos avançar com cautela aqui. Ninguém quer prejudicar os ganhos que a Nova Zelândia obteve — disse a primeira-ministra.