Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo quarta, 19 de julho de 2017

NOSSAS ESTAÇÕES

Outono visto no Central Park

A escola de antigamente ensinava. A de hoje, apenas faz de conta. Quer números, quer ranking, quer justificativas para as dotações orçamentárias – e estaciona na mentira. Muitos dos que ensinam (ou dizem fazer isso) não sabem sequer para si próprios.

Pois, ainda na escola antiga, aprendi que são quatro as “estações” climáticas no ano, assim: 

Estação do ano é uma das quatro subdivisões do ano baseadas em padrões climáticos. São elas: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Inicialmente o ano era dividido em duas partes: 1 – O período quente (em latim: “ver”): era dividido em três fases: o Prima Vera (literalmente “primeiro verão”), de temperatura e humidade moderadas, o Tempus Veranus (literalmente “tempo da frutificação”), de temperatura e umidade elevadas, e o Æstivum (em português traduzido como “estio”), de temperatura elevada e baixa umidade; 2 – O período frio (em latim: “hiems”) era dividido em apenas duas fases: o Tempus Autumnus (literalmente “tempo do ocaso”), em que as temperaturas entram em declínio gradual, e o Tempus Hibernus, a época mais fria do ano, marcada pela neve e ausência de fertilidade.

Posteriormente, para ajustar as estações à posição exata dos equinócios e solstícios, correlacionados com a influência da translação associada à mudança no eixo de inclinação da Terra, convencionou-se, no Ocidente, dividir o ano em somente quatro estações. Vale a pena lembrar que certas culturas ainda dividem o ano em cinco estações, como a China. Países como a Índia dividem o ano em apenas três estações: uma estação quente, uma estação fria e uma estação chuvosa.

Já no continente Africano, países como Angola só têm duas estações, a das chuvas, quente e úmida, e o cacimbo, seca e ligeiramente mais fresca, principalmente à noite. (Parte de texto compilado do Wikipédia)

Foi na escola, também, que aprendi a iniciação filosófica, de que “o homem é um produto do meio em que vive”. Assim sendo, provavelmente, somos partes das estações climáticas do ano.

Que estação seríamos nós, quando ficamos irritados?

E quando ficamos tristes?

Ou, ainda, quando ficamos alegres?

Por que não “renovamos” a plasticidade externa do corpo, ou o que há de interno, quando passamos pelo “outono” – o nosso outono?

As árvores o fazem pela fotossíntese – além das condições naturais que a Terra lhes oferece. Novas folhas, novos galhos e um crescimento contínuo, sempre em preparativos para novos frutos.

Nossas células são diferentes, sei. Em que pese vivermos na mesma Terra que vivem as árvores, nossa fisiologia é diferente.

Mas, infelizmente, a Terra é habitada por pessoas que são continuadamente ervas daninhas. Não crescem, não mudam, não passam por nenhum outono.

O zap-zap do passado

Duas latas e barbante faziam o zap-zap do passado

O mundo vive o exato estágio profetizado por Karl Marx, n´O Capital. Todos os valores humanos perderam espaço e preferência pelo “ter”. O “ser” não faz parte de mais nada -pois, equivocadamente, muitos ainda se permitem enganar, achando que, “tendo”, “serão”.

E nessa plataforma de vida as coisas modernas chegaram e entraram nas nossas vidas sem pedir licença. Foram entrando, se abancaram e tomaram conta de tudo.

O telefone é um exemplo. Antes, nas regiões difíceis, as concessionárias mantinham empregados com motos e ou bicicletas – e em lugares menos acessíveis, mantinham até animais prontos para a demanda de “recados”. Alguém telefonava do Rio de Janeiro ou de lugares também distantes, pedindo para a atendente “mandar um aviso”:

– Mande avisar para a minha mãe, que depois das 20 horas vou telefonar novamente. Peça para ela vir esperar.

Era alguém tentando falar com a família. A concessionária telefônica recebia o aviso e “mandava avisar” para algum familiar vir atender a chamada. Sempre depois das 20 horas – a tarifa era mais baixa.

Vivemos anos assim, nessas dificuldades. Nos dias atuais muito mudou. Qualquer pessoa possui um telefone celular – e quando alguém não possui, quase ninguém acredita. Celular virou moeda de troca. A primeira coisa que o assaltante exige de ti é o celular, que vai ser trocado por drogas ou enviados para assaltantes presos – que passam a te incomodar com achaques e mensagens falsas.

Pois, o telefone celular aceita um aplicativo, livre de tarifa, mas facilmente acessível ao hacker. É o já famoso Whats App, abrasileirado para zap-zap.

“O Whats App Messenger é um aplicativo gratuito para a troca de mensagens, disponível para o Windows Phone e outras plataformas. O Whats App utiliza a sua conexão com a Internet (4G/3G/2G/EDGE ou wi-fi, conforme disponível) para enviar mensagens e fazer chamadas para seus amigos e familiares.

Mude de SMS para Whats App para enviar e receber mensagens, chamadas, fotos, vídeos, documentos e mensagens de voz.”

No passado que ainda está bem ali, logo depois da curva, e ainda dá para ver pelo retrovisor, a meninada que preferia brincar de forma saudável em vez de se tornar “avião” para ganhar trocados fáceis, inventava o “zap-zap” até com duas latas velhas ligadas por cordões, configurando fios. Usavam também caixas de fósforos vazias – havia até quem “prendesse” moscas ou besouros dentro das caixas, para passar a ideia de alguém falando.

Nós da “geração antiga”, coxinhas difíceis de sermos alcançados pelas idiotices atuais (nossos pais eram quem nos dirigiam – não eram o Conselho Tutelar nem a Polícia), éramos felizes e sabíamos.


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