NOSSA SENHORA DAS DORES
José Ribamar Oliveira
Na Semana Santa uma das imagens que muitos cristãos, principalmente os católicos, guardam no coração é a imagem de Nossa Senhora das Dores. Desde a infância contemplamos os vários tipos de sofrimentos durante a Semana Santa. E um das imagens marcantes durante esses dias é a de MARIA, a Senhora das Dores.
Para compreender a dor de MARIA temos que igualmente compreender a intensidade do seu amor. O nosso coração é pequeno e restrito a nossa vontade, mas o Coração de MARIA é grande para caber tanto amor, DEUS a fez como OBRA-PRIMA da sua Criação.
MARIA segue passo a passo o triste cortejo no caminho rumo ao Calvário. Vê de perto à horrível cena da Crucificação. Não há dor maior, após ver o seu Filho caluniado e terrivelmente flagelado, crucificado e morto.
MARIA olhava o sofrimento do seu Filho e sentia em sua alma as mesmas dores. Tamanha não deve ter sido a sua aflição ao ouvir seu filho dizer: “Meu DEUS, meu DEUS, por que me abandonastes”. MARIA por nenhum instante abandonou O filho agonizante. Ficou junto, ao seu lado até após a sua morte, sentindo na sua alma imensa dor. Todas as dores do seu Filho se reproduziam nela, tomando pra si o coração do Filho, trocando o coração de quem ama pelo do amado. Quando a lança do soldado romano traspassou o Coração de JESUS, no mesmo golpe o Coração de MARIA foi traspassado. Nesse momento se concretiza a profecia do velho Simeão: Uma espada de dor transpassará a tua alma (Lc 2, 35).
MARIA, sempre guardou e meditou tudo em seu coração, desde quando recebeu a Anunciação pelo Arcanjo Gabriel que seria Mãe do Filho de DEUS. E continuou meditando e guardando no seu coração o transcorrer da Vida de JESUS, a sua Vida Infantil, a sua Vida Pública, até a sua Morte na Cruz.
MARIA não gritou, não tentou impedir que levassem seu filho para a morte de Cruz. No caminho do Calvário, JESUS encontra com sua Mãe, que sentia muita dor interna, estava com o coração despedaçado, mas não externava, guardava para si, pois sabia desde o início, com o anúncio do anjo que a missão de ser a Mãe do Filho de DEUS seria uma imensa graça na sua vida, mas também seria de muita dor e sofrimento.
MARIA, ao lado do discípulo João, comtempla o seu Filho JESUS crucificado: ela estava ali, acompanhando os últimos momentos da vida de seu filho, em silêncio, guardando tudo em seu coração. JESUS entrega a sua Mãe ao discípulo João: "Filho, aí está a sua mãe. Mulher aí está teu filho”. Com esse gesto JESUS entrega MARIA, sua Mãe, para ser Mãe de todos nós.
Num olhar MARIA e JESUS, um sente a dor do outro, se encontram e nesse olhar um compreende a missão do outro. MARIA compreende e aceita tudo que passou em sua vida desde que aceitou ser a Mãe do Salvador, portanto em nenhum momento ela se desespera, por saber desde o início qual seria a sua missão. E, ainda hoje, quando MARIA intercede por nós, ELES trocam olhares de Amor e Compaixão.
MARIA, Nossa Senhora das Dores, rogai por nós...