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Júlia Giesbrecht começou a dar aula de bambolê em 2013, quando morava na Austrália |
Para muitos, o bambolê é apenas um brinquedo de criança. Isso porque na história desse objeto, ele era usado como ferramenta de brincadeiras e de divertimento no Antigo Egito, na Inglaterra e em outras localidades. Mas alguns países, como os Estados Unidos, começaram a associá-lo com o emagrecimento e a definição corporal, e não apenas com a diversão.
Atualmente, há uma modalidade de exercício que utiliza o objeto: a hula hoop (bambolê, em inglês). “Há diversos níveis de dificuldade e vários movimentos possíveis, que estão atrelados à afinidade e ao domínio da técnica. Como uma modalidade de dança, sua criatividade será seu próprio limite”, resume Lydia Zago Pereira, graduada em fisioterapia e terapeuta domiciliar.
Segundo a professora de circo e ioga Júlia Giesbrecht, o uso do bambolê vai muito além da dança. “Quando viajei pela Ásia, descobri que, por lá, é muito comum o uso de bambolês mais pesados e grossos com o intuito de definir a cintura e massagear os órgãos internos”, explica ela, que vende bambolês personalizados on-line.
“Os bambolês nas mãos das crianças possibilitam um mundo inusitado de brincadeiras, que estimulam o lado cognitivo, a coordenação motora e a criatividade”, afirma Júlia, que trabalha com essa modalidade desde 2013, quando começou a dar aulas de bambolê para crianças em uma feira onde morava, na Austrália.
A videomaker Naomi Cary, 27 anos, conta que a primeira vez com o bambolê foi durante uma aula no Espaço Cultural Renato Russo, em 2019. “No começo, eu me senti um pouco boba, pelo estigma de que bambolê é algo de criança, mas logo fiquei mais confortável e percebi outras possibilidades que o instrumento me proporcionava”, diz.
A jovem diz que valeu a pena pelo bem-estar, como toda atividade física que é feita com prazer. “Não só faria de novo como, no final do curso (era uma oficina de seis aulas), eu comprei meu próprio bambolê e continuo treinando até hoje, quando dá.”
Vantagens para o corpo
A professora de circo e ioga expõe os benefícios do bambolê. “O que mais me encanta é a simplicidade do objeto e sua capacidade de estimular a criatividade e o olhar lúdico sobre o corpo e os exercícios físicos. Esses malabares trazem possibilidades infinitas. A cada ano que passa, eu me surpreendo com novos tipos de movimentos.”
O objeto é encarado como brinquedo por muitas pessoas, mas ele se enquadra dentro das práticas de malabarismo das atividades circenses. “O objetivo por trás da prática é algo extremamente pessoal. Sem dúvidas, o bambolê é um convite ao desfrute, ao exercício da criação, da dança e do ganho de habilidade motora”, constata ela, que oferece curso on-line de bambolê na plataforma PoleFlix.
Entre os benefícios, de acordo com a fisioterapeuta Lydia Zago Pereira, o bambolê ajuda na coordenação motora e melhora o condicionamento cardiorrespiratório. Outras vantagens são: “Auxilia na perda de peso; na consciência corporal; na meditação ativa; ajuda a superar a timidez por meio da dança; eleva a autoestima; é um grande aliado no combate a ansiedade”, diz ela, que também fez um curso on-line de hula hoop, durante a pandemia, com a professora Samantha Spina.
Em relação às horas de prática, Júlia Giesbrecht observa que vai variar de pessoa para pessoa e dos objetivos. “Poucos minutos já fazem muito efeito na sensação corporal do praticante, acelerando o batimento e gerando vitalidade. Ao mesmo tempo, profissionais podem estabelecer treinos, planejando adequadamente a intensidade e o tempo de treino de múltiplos truques.”
*Estagiária sob a supervisão de Sibele NegromonteSaiba maisO que se aprende no curso on-line de hula hoop* Conceitos básicos da prática de bambolê (ritmo, ponto de contato, planos, pulsação, inércia e movimento)
* Giros em diferentes partes do corpo (cintura, joelho, pescoço, pé, peitoral, entre outros)
* Isolamentos (movimentos que criam ilusionismo), breaks (movimentos dinâmicos mudando o sentido do bambolê), moedas (movimentos de giro em torno do próprio eixo), manipulações, rolamentos, equilíbrio, lançamentos, pulos e escalador (uma outra família de movimentos muito famosa)