Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão segunda, 21 de dezembro de 2020

NICETTE BRUNO: ATRIZ MORRE, AOS 87 ANOS, VÍTIMA DA COVID-19

 

 

Morre a atriz Nicette Bruno aos 87 anos

Artista estava internada e morreu em decorrência de complicações do novo coronavírus; veja a repercussão da morte de Nicette Bruno

Redação, O Estado de São Paulo

20 de dezembro de 2020 | 13h42
Atualizado 20 de dezembro de 2020 | 18h43

A atriz Nicette Bruno morreu aos 87 anos no final da manhã deste domingo, 20, devido a complicações decorrentes do novo coronavírus. Ela estava internada desde o dia 26 de novembro na Casa de Saúde São José, no Rio, que confirmou a morte da artista.

 

Nicette Bruno
Nicette Bruno morreu por complicações do coronavírus Foto: Iara Morselli/Estadão

Nicette Bruno nasceu em Niterói, no Estado do Rio, filha única de Sinésio Campos Xavier e da atriz Eleonor Bruno, em 1933. Seguir a carreira artística foi quase uma imposição familiar. Estudou balé, piano. Aos 11 anos, entrou para o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços, depois foi para o Teatro do Estudante do lendário Paschoal Carlos Magno. Aos 14 anos, já era profissional na Cia. de Dulcina de Morais. Estreou numa montagem de Romeu e Julieta, o clássico de Shakespeare. Em 1947, foi premiada por sua atuação na peça A Filha de Iório, de Gabriel D'Annunzio. Seguiram-se participações em montagens de Nelson Rodrigues (Anjo Negro) e Oscar Wilde (O Fantasma de Canterville).

 

 

Nicette Bruno
Nicette Bruno, Paulo Goulart e Rita Guedes em 'Meu Reino Por um Cavalo', de Dias Gomes Foto: Gastão/Divulgação

Aos 17 anos, fundou em São Paulo o Teatro de Alumínio. Novo sucesso como Antônia em Pedro Mico, de Antonio Callado. A primeira novela foi Os Fantoches, de Ivani Ribeiro, em 1967. No cinemas, atuou em Querida Susana, de Alberto Pieralisi, Canto da Saudade, de Alberto Cavalcanti, e A Guerra dos Rocha, de José Fernando.

Nos anos 1970, a atriz estrelou nos sucessos Meu Pé de Laranja LimaÉramos Seis, e Como Salvar Meu Casamento. Esta última não foi encerrada porque marcou a extinção da TV Tupi.

A ida de Nicette para a Rede Globo foi a convite do diretor e ator Fabio Sabag, para interpretar a freira Júlia na novela Obrigado, Doutor, em 1981. Já na emissora, a atriz interpretou Sara Mendes, mãe da personagem paranormal de Regina Duarte, em 1982, na novela Sétimo Sentido, de Janete Clair.

Nos anos seguintes, esteve em Louco Amor, folhetim de Gilberto BragaSelva de Pedra (1986), Rainha da Sucata (1990) e Mulheres de Areia (1993). Úrsula foi a primeira vilã de Nicette, na novela O Amor Está no Ar, em 1997.

 

Nicette Bruno
Nicette Bruno foi a Dona Benta, de 'O Sítio do Picapau Amarelo' Foto: Renato Rocha Miranda

A temporada de retorno a O Sítio do PicaPau Amarelo levou à atriz para as novelas Alma Gêmea (2005), como a Ofélia, e Sete Pecados (2007), ambas de autoria de Walcyr Carrasco. Em 2010, estreou em Tititi, em seguida A Vida da Gente (2011), passou por Salve Jorge (2012), Joia Rara (2013), I Love Paraisópolis (2015), e Pega Pega (2017).

 

Nicette Bruno e Eva Wilma
Nicette Bruno e Eva Wilma em 'O Que Terá Acontecido com Baby Jane' Foto: Daryan Dornelles

O teatro permaneceu em sua vida – Perdas e GanhosO Que Terá Acontecido a Baby Jane? O monólogo de Lya Luft foi dirigido por Beth Goulart, uma dos três filhos que Nicette teve com Paulo Goulart, com quem foi casada por 60 anos, até a morte dele em 2014. Todos – Barbara Bruno, Paulo Goulart Filho e Beth – seguiram a carreira artística, uma tradição da família.

 

Nicette Bruno
A atriz Nicette Bruno na peça 'Perdas e Ganhos', em 2015 Foto: Lenise Pinheiro

 

Artistas e colegas lamentam a morte de Nicette Bruno

Nas redes sociais, a filha de Nicette Bruno, Beth Goulart, prestou uma homenagem à mãe. "Minha mãe, minha vida, meu amor", escreveu ela em uma publicação no Instagram. A atriz vinha comunicando o estado de saúde de Nicette, pedindo orações diárias sempre às 18h.

Nos comentários da publicação, artistas se solidarizaram com Beth. "Beth querida, receba meu abraço forte e em toda sua família. Que honra ter tido a chance de trabalhar com ela, que energia linda, que grande atriz, que olhinhos únicos que brilhavam tanto! Guardarei na memória nosso último encontro no aniversário da Natalia Thimberg. Amo vocês", disse Selton Mello.

A apresentadora Sabrina Sato também deixou uma mensagem de carinho. "Beth, sua mãezinha foi recebida com todo amor. O sorriso puro e alegre de Nicette vai ficar pra sempre na nossa memória."

A atriz Vanessa Goulart falou do "privilégio" de ser neta de Nicette. "Sim, ela partiu, nossa luz, nosso amor maior... Mas agora ela está em todos os lugares, em todos os corações, em toda partícula de fé e amor emanadas por todos e por cada um. Que privilégio viver a experiência de ser sua neta nesta vida. Sou neta e sou meta, seguindo seu exemplo em todos os momentos. O momento é de dor, mas a sua vibração sempre será a da alegria, do sorriso, do amor", escreveu ao publicar uma foto em homenagem à avó.

Ela se solidarizou com as famílias que estão com parentes internados devido à covid-19. "Saibam que a vontade de Deus é soberana, entreguem em suas mãos." "Nós, que continuamos, seguimos com a missão de levar luz a esta Terra em transformação", completou.

Em entrevista à GloboNews, o ator Ary Fontoura disse que conhecia Nicette Bruno havia 60 anos e que a atriz fará "uma falta extraordinária" para a dramaturgia, do teatro à televisão, bem como para os amigos e familiares. "Estou bastante abalado, estava acompanhando esse trajeto todo, torcendo demais por ela, torcendo para que ela se reestabelecesse", afirmou.

Ele a descreveu como "uma figura extremamente humana, dificílima de encontrar, e que colocava sempre o perdão em primeiríssimo lugar". Segundo isso, era isso que fazia a admiração das pessoas por ela aumentar cada vez mais.

"É natural que nós estejamos nesse impacto, um tanto constrangidos até para falar, mas isso é porque que, apesar de tudo isso, de termos a certeza de que a vida continua e que essas memórias serão cultuadas com certeza, é sempre uma notícia que a gente não gostaria de ouvir", disse Fontoura. No Instagram, ele também prestou uma homenagem à amiga. "Uma das grandes amizades se foi, estou extremamente triste", escreveu.

Tony Ramos, que trabalhou com Nicette em A Próxima Vítima e Bebê a Bordo, também tinha uma relação muito próxima com a atriz e o marido dela. Os três conviveram por muito tempo na extinta TV Tupi e estiveram juntos em jantares e visitas no Rio e em São Paulo.

"O que eu quero me lembrar é da capacidade produtiva de Nicette, essa mulher absolutamente batalhadora, sonhadora, que completando uma novela e dois meses antes pensando no próximo projeto. Já trocamos ideias de como seria o próximo espetáculo, o levantamento do cenário, do elenco, enfim, uma atriz que não estava nunca acomodada, nunca esteve. Nunca é nunca", relatou o ator. "A gente pode afirmar: a gente perde um dos grandes pilares do teatro, do cinema e da televisão brasileiros. A gente perde mesmo. Saudade para todo o sempre."

À emissora, o jornalista e escritor Artur Xexéo falou do legado da atriz de 87 anos. "A Nicette é um dos pilares de uma geração que é muito importante para o teatro brasileiro, é a geração que modernizou o teatro brasileirro (...) que trouxe uma modernidade à interpretação", afirmou. Ele comentou sobre os filhos e netos da atriz que também seguiram uma carreira artística. "Já tem uma geração posterior, uma dinastia que ajudou a contar a história do teatro no Brasil."

Em nota a Rede Globo relembrou da trajetória da atriz em Órfãos da Terra e Éramos Seis. "Seus últimos trabalhos na TV foram em Órfãos da Terra – obra vencedora do Emmy de Melhor Telenovela, do Grand Prize no Seoul Drama Awards, e do Rose D’Or Awards na categoria Serial Drama – como Ester Blum, e uma participação em Éramos Seis (2020), como Madre Joana. Foi uma merecida homenagem à atriz, que havia interpretado a protagonista Lola na versão da trama exibida pela TV Tupi."

 

 

 


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