Sonhar continua sendo um bom divertimento, barato e isento de tarifas. Enquanto não cobrarem imposto, continuarei sonhando bons e maus sonhos. Pena que não possamos escolhê-los. Sonho sonhos bons, mas também tenho meus pesadelos: o mais recorrente deles é estar perdido em algum lugar, querendo chegar em casa e não encontrando o caminho.
QUEDAS SEM PARAQUEDAS
Às vezes caio de uma considerável altura, sem paraquedas. Logo eu, que na vida real, não tenho asas e em se tratando de coisas altas só me sinto menos inseguro dentro de um elevador, até o terceiro andar. De avião, então, faço coro aos pavores que Dominguinhos sentia. Voar é para os pássaros. Menos mal que são só sonhos. Também insisto em sonhar, quando estou longe do meu lugar – e aí é sonho melhor que bom, revendo minha distante aldeia, escondida no interior do meu interior, onde não tenho o rio da aldeia de Pessoa, mas tenho o que só minha aldeia tem. E é o mais belo.
SONHOS DE COMÉDIA, TERROR E AMOR
Igualmente aos filmes, há sonhos comédia, sonhos terror, sonhos documentários e sonhos de amor, estes, os melhores, meus preferidos. Pena que seja aleatória a escolha do tema. Bom se pudéssemos exercer o direito de escolher o que sonhar. Isso, só quando inventarem a NETFLIX dos sonhos. Com o avanço tecnológico dos dias atuais, acho que isso não demora: é quando só vou escolher os sonhos bons de sonhar.