O tempo passou rápido. Há um ano, o mundo musical brasileiro amanhecia com uma notícia devastadora: Nelson Freire estava morto. O pianista tinha 77 anos. Estava distante dos palcos. Ele sofrera em 2019 uma queda durante uma caminhada no calçadão em Ipanema, fraturando o braço. O retorno aos palcos estava marcado para 2020, mas a pandemia adiou a volta do artista, que não pode se despedir do público.
Mas, um ano depois, a memória das grandes interpretações de Nelson Freire segue fresca – e tem se tornado ainda mais viva por conta de uma série de iniciativas que têm ampliado nossa percepção a respeito de sua personalidade artística, com o lançamento de gravações inéditas e a revelação de documentos preciosos de seu acervo.
Em 2021, a Decca lançou a coletânea The Art of Nelson Freire, com faixas dedicadas a Bach, Debussy, Chopin, Schumann, Villa-Lobos, extraídas de seus discos gravados nos últimos dez anos para o selo inglês. Agora, chega ao mercado Memories, álbum duplo com gravações inéditas realizadas entre 1970 e 2019, a maior parte delas ao vivo.