Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 14 de dezembro de 2021

NATUREZA: ENGUIA, UMA ESPÉCIE DE 70 MILHÕE DE ANOS AMEAÇADA PELO HOMEM

 

Enguia, uma espécie de 70 milhões de anos ameaçada pelo homem

A ganância do homem por este peixe, alvo de um importante mercado clandestino

AF
Agência France-Presse
postado em 14/12/2021 08:55
 
 (crédito: Behrouz MEHRI / AFP)
(crédito: Behrouz MEHRI / AFP)

Tóquio, Japão- Abundante durante muito tempo no mundo inteiro, a ponto de ser considerada prejudicial, e enguia se vê ameaçada, em perigo de extinção, pela ganância do homem por este peixe, alvo de um importante mercado clandestino.

Como a enguia é percebida?


Em poucas décadas, "passamos de pensar que a enguia era prejudicial a temer por seu futuro", disse o ecologista marinho francês Eric Feunteun.

Nos anos 1960, "a enguia era abundante em todos os cursos de água, estuários", afirma o especialista.

E as enguias, suas crias, não tinham valor. "Minha avó tinha um café em Nantes, perto de Loire, e às vezes os clientes com menos dinheiro traziam para ela um balde de enguias para pagar o café", lembra.

Sua forma de serpente provocou uma reputação ruim na Europa e foi acusada, equivocadamente, de comer os salmões.

Apenas em 2007 a União Europeia obrigou os países membros a adotar planos de gestão da enguia. Em 2010 proibiu a exportação das enguias.

Embora suas capturas tenham caído para menos de 10% dos números registrados na década de 1960, a enguia europeia é a espécie mais ameaçada, à frente da japonesa e da americana.

O que provoca a queda da população?


"A pesca profissional foi acusada de estar na origem deste declínio (...) mas os motivos são múltiplos", diz Feunteun, que cita a poluição ou a mudança das correntes devido ao aquecimento global.

"Destruímos o habitat da enguia, foi isso que realmente a matou", afirma Andrew Kerr, presidente do grupo Susteinable Eel (Enguia Sustentável). A Europa perdeu três quartos de suas zonas úmidas em menos de um século e tem várias represas hidrelétricas que afetam suas migrações".

Como salvar a espécie?


Vários sistemas foram testados: de programas de restauração do habitat, repovoamento, adaptações de barragens hidrelétricas ou sistemas para melhorar a rastreabilidade da enguia, cuja escassez alimenta um lucrativo tráfico ilegal para a Ásia, onde é muito valorizada.

"Há esforços, mas às vezes mal orientados", disse Feunteun, que critica que muitos são voltados para a pesca. "É um erro. Como este animal é pescado e existe uma economia por trás, a espécie nos interessa. Se ninguém pescar, quem dará o alarme?".

Como funciona o negócio ilegal?


O tráfico anual de enguias da Europa para a Ásia equivale a três bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares), de acordo com alguns cálculos.

A Susteinable Eel calcula que 23% das enguias europeias são exportadas ilegalmente a cada ano para a Ásia, principalmente a China. "É o maior crime contra a fauna do planeta", afirma Andrew Kerr.

Além disso, é um negócio com "muito mais margem do que o tráfico de drogas ou de armas", indica. A enguia comprada por 0,1 euro de um pescador europeu acaba sendo vendida depois de desenvolvida como enguia por 10 euros na Ásia.

Reprodução artificial?


Pesquisadores japoneses tentam desde 1960 reproduzir artificialmente enguias, que não se reproduzem em cativeiro.

"Atualmente, quase 100% das enguias que consumimos são enguias capturadas na natureza e criados em aquicultura", diz Ryusuke Sudo, especialista da Agência Japonesa de Pesca.

Mas o custo de criá-las artificialmente é "muito alto" devido às baixas taxas de reprodução e ao longo tempo de desenvolvimento, afirma Sudo.

A enguia pode desaparecer?


"É uma família que existe há 60-70 milhões de anos, que sobreviveu aos dinossauros e que, paradoxalmente, é muito pouco diversificada", com apenas 19 espécies e subespécies, explica Feunteun.

Mas a sobrevivência da espécie está "ameaçada pela pressão humana: 70 milhões de anos de existência e 40 anos de declínio", resume o especialista.

Mas ele mantém as esperanças: "é uma espécie que mostrou nas crises climáticas anteriores que conseguiu retornar a partir de poucos indivíduos".

 


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