Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Imprensa Diária quarta, 22 de janeiro de 2020

NÃO DÁ PARA EXIGIR QUE BOLSONARO GOVERNE COMO O PT QUER

 

J.R.GUZZO

NÃO DÁ PARA EXIGIR QUE BOLSONARO GOVERNE COMO O PT QUER

Um dos inconvenientes que causam mais irritação nas democracias é que elas exigem eleições livres para receberem o certificado oficial de democracia – e o grande inconveniente das eleições, como todo mundo sabe, é que você pode perder. Nesse caso, vai para o governo gente que não faz nada daquilo que, na sua opinião, um governo decente deve fazer.

Os ministros não são aqueles que deveriam ser nomeados. As declarações do presidente a República e da turma que está com ele estão sempre erradas – são ofensivas, absurdas, retrógradas, perigosas ou simplesmente cretinas. Nada que o governo propõe está certo. Tudo o que não está fazendo deveria ser feito. O presidente, em vez de ouvir a oposição, ouve os seus eleitores. Em vez de falar para a esquerda, fala para a direita. Enfim: é um transtorno.

O Brasil está vivendo um momento exatamente assim. O presidente Jair Bolsonaro e seus ministros, sobretudo os que dão a impressão de serem mais parecidos com ele, são criticados, frequentemente com indignação, por dizerem e fazerem as coisas que disseram que fariam antes das eleições – coisas que, no final das contas, são justamente as que os levaram a ser eleitos.

Não se leva em conta, ao mesmo tempo, que não está acontecendo nenhuma das catástrofes que os perdedores da eleição diziam que o presidente iria produzir: o genocídio dos homossexuais, dos índios e das mulheres, a guerra civil provocada pela “liberação das armas”, a liquidação da democracia e sabe lá Deus o que mais. Em suma: ele leva nota ruim quando tenta fazer o que prometeu, e não leva nota boa quando não faz nenhuma das barbaridades que deveria estar fazendo.

Bolsonaro pode acabar seu mandato como um bom presidente ou como um mau presidente – isso ficará perfeitamente claro com os resultados objetivos que o seu governo apresentar. Mas não é razoável exigir que ele presida o país como os seus adversários querem. Sua obrigação, ao contrário, é fazer o que os seus eleitores esperam que ele faça; é cumprir o que prometeu a eles durante a campanha.

Tudo isso pode ser muito desagradável, mas os quase 58 milhões de brasileiros que votaram em Jair Bolsonaro para presidente foram a maioria do eleitorado no momento da eleição. Essa maioria tem anseios de direita, ou conservadores, e entregou ao atual presidente a incumbência de cumpri-los. Tem valores que pretende ver apoiados. Essas pessoas são contra tudo o que cheire a Lula e a esquerda. São contra a corrupção. São contra a incompetência dos governos petistas. Bolsonaro erra, na verdade, todas as vezes que não cumpre o que prometeu a quem votou nele.

É evidente que o Brasil é maior que o eleitorado bolsonarista; é dever do presidente, assim, governar para todos os cidadãos, e não apenas para os seus seguidores. Mas não faz sentido ficar revoltado com Bolsonaro porque ele pensa diferente de você – e por não fazer um governo parecido ao que Fernando Haddad ou Fernando Henrique, por exemplo, possivelmente fariam. Para isso será preciso esperar pela próxima eleição.

 


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