NANA, NANANA
Ascenso Ferreira
Sentes que a minha vida é um rio caudaloso,
tomado do delírio das enchentes,
correndo alucinado para o mar!
E te assombras, com medo dos abismos,
onde as águas nos seus loucos paroxismos
te possam arrastar...
No entanto, sobre a flor dessas águas tempestuosas,
leve com as espumas vaporosas,
hás de sempre boiar...
Sentindo a sensação deliciosa
de que as águas arrogantes, tumultuosas,
estão cantando para te ninar.