Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Cícero Tavares - Crônicas e Comentários terça, 01 de janeiro de 2019

NA DEMOCRACIA TEM DESSAS COISAS - GRAÇAS A DEUS

 

NA DEMOCRACIA TEM DESSAS COISAS – GRAÇAS A DEUS

Poeta Fabrício Carpinejar X o tabacudo Alexandre Frota

Com exceção de todas as outras formas de governo inventadas pelo homem, a Democracia ainda é a melhor – como dizia o genial estadista Winston Churchill.

Propenso a publicar uma crônica à moda “cenas do caminho” da colunista do JBF, Violante Pimentel, quando deparei com essa aberração patrocinada pelo cafajeste, ator de filme pornô, Alexandre Frota, infelizmente eleito deputado federal pelo (PSL-SP), quando respondeu a um seguidor do perfil do tuiter do deputado federal eleito por Pernambuco, Túlio Gadêlha (PDT), namorado da apresentadora do programa da Rede Globo “Encontro com Fátima Bernardes”, dizendo que “Só podia ser de Pernambuco”, frase com conotação xenofóbica, por um tuiteiro tê-lo criticado ironizando que “existe ator de filme pornô que não paga a pensão alimentícia do filho.”

Mal a polêmica viraliza na internet, o escritor, poeta e jornalista gaúcho Fabrício Carpinejar saiu em defesa do Leão do Norte e, pegando carona no mote “Só podia ser de Pernambuco”, escreveu esse belíssimo poema enaltecendo as belezas materiais e imateriais locais, empurrando a pajaraca de Polodoro no rabo de Frota, que está mais afolozado do que o xibiu de Ritinha de Zé Lezin.

Polodoro no ponto para enrabar o tabacudo Alexandre Frota

Eis o poema de Fabrício Carpinejar em resposta à grosseria do tabacudo dador de rabo Alexandre Frota:

SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO – Fabrício Carpinejar

Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina.

Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica.

Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos.

Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros.

Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã.

Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos.

Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura.

Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat.

Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1033 dias iluminados de esculturas e azulejos.

Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: “Eu vi o mundo… ele começava no Recife”.

Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade).

Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor” e “Aquarius”) e de Cláudio Assis (“Amarelo Manga” e “Febre do Rato”).

Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha.

Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo.

Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol.

Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.

Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.

Tem razão. Só podia ser mesmo de Pernambuco.

PS: Feliz 2019 para toda comunidade fubânica!


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