Uma vitória na raça. O Brasil, que parecia morto até o segundo set, quando perdia o jogo por 2 a 0 e jogando abaixo do potencial, buscou o placar e venceu o Japão por 3 a 2 (25/18, 25/18, 25/23, 27/25 e 15/13), em jogo tenso e extremamente veloz, pelo Campeonato Mundial, em Apeldoorn, na Holanda. A capitã Gabi, destaque absoluto, comandou a virada. Ela fez 25 pontos e em momentos delicados do jogo, em que a experiência e lucidez se fizeram necessários, ela se sobressaiu. Pelo lado do Japão, Hayashi fez 21 pontos e Yamada, 19 pontos.
Com o resultado, o time de José Roberto Guimarães disputará a semifinal do campeonato contra a Itália, que venceu a China por 3 a 1 (25/16, 25/22, 13/25 e 25/17), na próxima quinta-feira, às 15h (com transmissão do canal Sportv2). O ouro mundial é inédito para a seleção feminina.
A virada teve a expertise do treinador, que está há 20 anos no comando do time. Zé Roberto Guimarães fez mudanças importantes e a seleção jogou como um time, com atletas do banco. A entrada da levantadora Roberta, no lugar da Macris, fez diferença. Rosamaria, que demorou um pouco para entrar o jogo, e a oposta Lorenne foram importantes nesta virada.
— A gente treina para entrar nos momentos que o time precisa. Estou feliz de ter entrado e ajudado o Brasil. A energia dentro de quadra é incrível -- disse Lorenne, que marcou 13 pontos e brincou que sua experiência na temporada de clubes no país asiático lhe ajudou — Quase eu que dei o vídeo para a comissão técnica (estudar). Joguei contra elas no Japão, na temporada passada, sei que é preciso ter paciência. E isso e ajudou, sem dúvida.
-- Ainda não estou acreditando no que fizemos hoje. Estou muito orgulhosa do time. Fomos resilientes. Começamos nervosas, mas as japonesas foram incríveis. A gente vai com tudo buscar essa final.
Como foi o jogo
No primeiro set, o Japão dominou a partida, forçou o saque e virou com mais facilidade seus contra-ataques. O bloqueio do Brasil não conseguiu parar as jogadas rivais e as japoneses não sentiram dificuldade para fechar. O Brasil também não conseguiu sacar com eficiência e o passe quebrado não ajudou na distribuição de bola. No segundo set, o Brasil errou mais bolas de contra ataque e não conseguiu desacelerar a partida. O saque brasileiro também não assustou o Japão.
Foi quando a virada começou. No terceiro set, com o saque mais agressivo e com outra postura em quadra, o Brasil conseguiu fazer frente ao Japão, ficou à frente no placar pela primeira vez e chegou a abrir quatro pontos de vantagem (12 a 8). Essa vantagem seguiu pela parcial. Roberta entrou no lugar de Macris e Rosamaria e Gabi passaram a pontuar. Lorenne foi o destaque do Brasil com seis pontos na parcial.
Mesmo com a vitória na parcial anterior, o Brasil continuou a errar e o Japão comandou o placar num primeiro momento. A virada no décimo ponto teve assinatura da capitã Gabi. Fez 10 pontos na quarta parcial. Defendendo melhor, o Brasil buscou o set desempate, mas não sem emoção. O placar ficou lá e cá. E no terceiro set point, Carol Gattaz marcou de bloqueio.