Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 23 de dezembro de 2023

MUNDIAL DE CLUBES: NOCAUTE TÉCNICO - MANCHESTER CITY X FLUMINENSE 0

 

Por 
Gustavo Poli

 

Era uma luta de Mike Tyson no auge contra Anderson Silva já veterano. Se um soco de Mike Tyson achasse Anderson, a vaca afundaria de imediato no brejo. E esse soco não demorou 50 segundos. Antes do primeiro minuto, o Spider tricolor já beijou a lona. Corajoso, Anderson-Flu se levantou, brigou, passou boa parte do primeiro tempo dançando em volta do favorito, tentando encaixar seus golpes até que... pum... Mike Cityson encontrou outra brecha na guarda.

Esse segundo soco foi uma aula de Manchester City. A troca infinita de passes entre os jogadores inicialmente posicionados que se movem no tal último terço — até que um dos movimentos faz André hesitar por um segundo. A mísera dúvida permite que Foden se descole nas suas costas. Rodri, o volante-CEO, imediatamente encontra a fresta. A bola desvia em Nino — e babau.

A jornada do Flu foi bela e improvável. O tricolor venceu uma Libertadores memorável, sofreu com os egípcios do Al Ahly e se credenciou para o sonho impossível. E o despertador chegou firme, precoce e e estridente. O Flu caiu de pé — como o Fla de Jorge Jesus, em 2019, e o Palmeiras de Abel, em 2012. Competiu, jogou seu futebol, correu riscos diante da pressão alta e quase incessante do City. A diferença é que não conseguiu estender o sonho. Fla e Palmeiras foram até a prorrogação. Mas talvez a derrota inapelável doa menos.

Não houve troféu de-igual-para-igual, porque 4 a 0 carimba qualquer testa. Mas ficam os “15 minutos fantásticos” citados por Guardiola — em que o Flu-Diniz teve a bola e criou dificuldade para o melhor time do mundo. É o consolo possível — meramente competir em alto nível contra o City por algum tempo. São times de galáxias diferentes. Nos últimos cinco anos, a máquina azul-clara disputa com o Real Madrid a coroa futebolística. O Fluminense acabou de botar o rosto no mundo outra vez.

E olha que alguns jogadores do Flu tiveram ótimas atuações. Felipe Melo jogou muito. Jhon Arias foi espetacular. John Kennedy entrou bem. Mas contra esse City extra-dimensional, é pouco. Como atacar um time intenso que tem talento de sobra na frente, cavalos fortes e rápidos atrás (Aké, Stones, Dias, Walker), se posiciona quase sempre com perfeição aproximando linhas e se puder fica com a bola para sempre?

O Fluminense tentou. E amargou um placar talvez elástico demais, mas que retrata o abismo entre Europa e o resto do mundo da bola. Não há talento ou rapidez que faça um peso-galo veterano derrubar um peso pesado no auge. O nocaute técnico é quase uma boa notícia. Gentilmente, o juiz evitou acréscimos. Não havia nada mais a ver ou dizer.


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