20 de julho de 2022 | 00h09
Alison dos Santos confirmou o favoritismo na disputa da final dos 400 metros do Mundial de Atletismo de Eugene, nos Estados Unidos, e fez história no final da noite desta terça-feira (horário de Brasília). O “Piu”, como é chamado o brasileiro de 22 anos, conquistou a medalha de ouro ao completar a prova em 46s29, novo recorde do campeonato e melhor marca de um atleta da modalidade neste ano, superando os 46s80 anotados por ele mesmo na etapa de Estocolmo da Diamond League. Os americanos Rai Benjamin, com 46s89, e Trevor Bassitt, 47s39, ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.
O velocista paulista é o segundo representante do Brasil a conseguir uma medalha de ouro em um Mundial de Atletismo. Antes dele, apenas Fabiana Murer, do salto com vara, conseguiu o feito. O país tem agora 14 medalhas na história campeonato, seis delas de prata e outras seis de bronze, além dos ouros de Piu e Murer.
Na prova desta terça, Alison viu o norueguês Karsten Warholm, que ostenta o recorde mundial por sua vitória em Tóquio-2021 com o tempo de 45s94, terminar em sétimo lugar, após anotar apenas 48s42. Rai Benjamin, o segundo colocado, detém a segunda melhor marca do mundo, um 46s17 também registrado nos Jogos Olímpicos japoneses. Ainda em terceiro, mas agora com seus 46s29, Piu mostrou que está em plena evolução, apto para buscar o recorde no futuro.
“Sabe quando você sonha, você pensa o que precisa para alcançar este momento?. Sou eu com este resultado. A gente estava conversando muito, treinando muito bem. Essa medalha que estou carregando no peito é de todos que estavam comigo neste momento. Queria dedicar a vitória para minha equipe, minha família, minha sobrinha que acabou de chegar. É indescrítivel”, disse o medalhista de ouro em entrevista ao SporTV. "A competição é parte mais fácil, não tem nervoso, não tem nada. Eu fico nervoso nos treinos. Quando eu estou aqui, eu me sinto em casa”, completou.
Alison dos Santos chegou ao Mundial como dono da primeira posição do ranking dos 400 metros com barreiras da World Athletics, a federação internacional de atletismo, e ocupando o quarto lugar do ranking geral, formado por atletas de todas as modalidades. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em agosto de 2021, emplacou uma incrível sequência de vitórias nos últimos dois meses e acumulou quatro medalhas de ouro na Diamond League, principal circuito da World Athletics. Entre maio e junho, venceu as etapas de Oslo, Doha, Eugene e Estocolmo. Na última, fez 46s80, o melhor tempo da temporada.
Também nesta terça-feira, o Brasil teve duas representantes competindo em Eugene. Chayenne dos Santos fez o sétimo lugar da primeira bateria das classificatórias dos 400 metros com barreira feminino, com a marca de 59s46, e foi eliminada. Já Vitoria Rosa disputou as semifinais dos 200 metros, ficou em quarto lugar em sua bateria, ao completar a prova em 22s47 e não conseguiu a vaga na final, mas saiu da pista de cabeça erguida, até porque quebrou o recorde sul-americano. “Só Deus sabe o quanto eu lutei, o quanto foi difícil chegar até aqui. Eu quero muito mais. Diante de tanta dificuldade, de tantas coisas que aconteceram, eu sou isso, eu respiro isso”, disse Vitória, emocionada, ao canal SporTV.