O Estado de S.Paulo
01 Dezembro 2018 | 03h25
*Atualizada para correção de informação.
Filho e também ex-presidente, George W. Bush divulgou uma declaração na qual lamenta, em nome de seus irmãos, a morte do pai.
“George H. W. Bush foi um homem do mais alto caráter e o melhor pai que um filho ou filha poderia querer. Toda a família Bush está profundamente agradecida pela vida e pelo amor do 41º, pela compaixão daqueles que rezaram por nosso pai e pelas condolências de amigos e cidadãos”, afirmou em nota.
Em Buenos Aires para a cúpula do G-20, o atual presidente Donald Trump lamentou a morte de Bush. No comunicado, divulgado pelo Twitter, o republicano elogiou o ex-presidente por sua “liderança inabalável” e pela condução para uma “conclusão pacífica e vitoriosa da Guerra Fria”.
No início de 2018, George W. H. Bush ficou quase duas semanas internado em um hospital no Texas por conta de uma infecção sanguínea. Na oportunidade, ele foi hospitalizado poucas horas depois de comparecer ao funeral de sua mulher, a ex-primeira-dama Barbara Bush, que morreu no dia 17 de abril.
O ex-presidente sofria de um tipo de Parkinson que lhe causava dificuldade para caminhar e foi hospitalizado em diferentes ocasiões nos últimos anos. Em 2016, foi internado por problemas respiratórios. Em 2015, rompeu uma vértebra do pescoço após sofrer uma queda.
Nascido na cidade de Milton, no Massachusetts, em 12 de junho de 1924, Bush foi um dos mais jovens pilotos de combate dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Aos 18 anos, adiou sua entrada na Universidade de Yale - onde depois se graduaria como economista - para servir a Marinha norte-americana. Em 1944, seu avião foi atingido por um inimigo, o obrigando a saltar de paraquedas para, posteriormente, ser resgatado por um submarino norte-americano.
Com um currículo como congressista, embaixador das Nações Unidas e diretor da CIA, Bush foi vice-presidente de Ronald Reagan durante dois mandatos. Em 1988, venceu o democrata Michael Dukakis para se tornar o 41º presidente dos Estados Unidos.
Da Casa Branca, liderou o fim da Guerra Fria, a primeira guerra do Golfo e a invasão do Panamá enquanto a União Soviética se dissolvia e a Alemanha se reunificava.
Em 1991 assinou com o então líder soviético, Mikhail Gorbatchov, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas para limitar o número de mísseis nucleares. No entanto, foi sua liderança na Guerra do Golfo (1990-1991), alcançando a saída do Iraque do Kuwait com um número mínimo de vítimas americanas, que lhe transformou no presidente mais popular do país até então, com 89% de aprovação.
Bush organizou uma coalizão militar de mais de 30 países contra a invasão do ditador iraquiano Saddam Hussein no Kuwait em agosto de 1990. Com a ação, conseguiu a libertação do pequeno país petroleiro em cinco semanas de ofensiva aérea e 100 horas de combate terrestre.
Outra das suas grandes operações no exterior foi a invasão do Panamá em dezembro de 1989, com a captura do ditador Manuel Antonio Noriega, requerido pela Justiça dos Estados Unidos por narcotráfico.
A popularidade que conquistou entre os americanos com suas vitórias na política exterior foi minada, entretanto, pela recessão econômica. A crise o obrigou a romper sua grande promessa eleitoral de não aumentar os impostos.
A célebre frase "leia os meus lábios, não haverá novos impostos", emblema do seu discurso de aceitação como candidato republicano em 1988, perseguiu-o depois na campanha pela reeleição de 1992.
Além disso, a recusa para ampliar o combate ao desemprego por medo de aumentar o déficit também minou sua popularidade. Bush foi associado negativamente às suas origens privilegiadas, no seio de uma família rica da Nova Inglaterra. O ex-presidente era filho de Prescott Bush, um grande banqueiro de Wall Street que foi senador federal.
Em 1992, "Bush Pai" foi derrotado nas urnas pelo democrata Bill Clinton. Seu filho, George W. Bush, retomaria a Casa Branca ao ser eleito o 43º presidente dos Estados Unidos oito anos depois, em 2000. Juntos, os Bushs foram a segunda dupla de pai e filho a ocupar o cargo. Os primeiros foram John Adams (1797-1801) e John Quincy Adams (1825-1829). \ Com Agências Internacionais.
*A grafia correta do nome do ex-presidente americano é George H. W. Bush, e não George W. H. Bush, como informava o título da reportagem.