Morreu na tarde desta terça-feira, Gisella Amaral, um dos maiores nomes da sociedade carioca. Internada desde sábado no Hospital Pró-Cardíaco, ela lutava contra o câncer desde 2003. Apesar da doença, ela nunca perdeu a fé e a alegria de viver.
Gisella não usava joias, além da aliança de casamento e um anel no dedo mindinho, com a imagem da Medalha Milagrosa, que ganhou de presente de uma amiga. Formada em Enfermagem, Gisella trabalhou como instrumentadora até a véspera do casamento com o empresário Ricardo Amaral. Nunca gostou de ser chamada de socialite. Dizia que era empresária social, já que trabalhava em prol de 39 entidades de filantropia. Uma delas é a Casa São Luiz para a Velhice, no Caju, onde esteve presente por mais de 40 anos.
Aos 41 anos, sofreu uma queda de cavalo em Itaparica, na Bahia, ficou em coma e teve de reaprender tudo na vida. Ela contava que só reconhecia filhos, marido e pai. Na década passada, enfrentou o câncer quatro vezes. Além da força e da fé na vida, a elegância de Gisella Amaral era outra de suas marcas registradas. Em 2016, pela primeira vez, posou como modelo para a grife Eva. Foi a musa da campanha de inverno da marca. Usava maxibijuterias e uma vasta cabeleira grisalha. Gostava de Guy Laroche, Givenchy e Gianfranco Ferré, mas usava tanto grifes quanto roupas compradas numa lojinha de bairro.
Uma das muitas mulheres que tinha Gisella como referência de estilo é a ex-modelo Luiza Brunet, que a conheceu no início dos anos 1980.
— Eu costumava ir regularmente ao Hippopotamus (boate carioca comandada por Ricardo Amaral nos anos 1980, frequentada pelas maiores personalidades do Brasil) , e a gente acabou criando uma amizade muito grande — relembra Luiza. — Ela sempre foi uma inspiração, era extraordinariamente elegante, tinha uma classe incrível. Compartilhar momentos com ela foi um presente para a vida toda. Ela me ensinou muito sobre generosidade, sobre ser pró-ativa e ter fé na vida.
— Ela era muito carinhosa e excelente amiga dos amigos. Foi uma grande companheira.
O professor de meditação transcendental Kléber Tani credita a ela o seu sucesso.
— A gente se conheceu há 20 anos quando ela começou a praticar meditação transcendental. Gisella me inseriu na sociedade carioca, foi uma espécie de madrinha. Encarou a doença com muita elegância.
O produtor executivo Claudio Gomes descreve a amiga.
— Gisella foi uma das melhores pessoas que conheci na vida. Era desprovida de preconceito, caridosa de alma e tinha um excelente humor. Apagou-se uma luz na Terra e acendeu uma no céu.
Gisella deixa o marido, Ricardo Amaral, com quem estava casada há mais de 50 anos, os filhos, Rick e Bernardo, e três netas, Maria Júlia, Mariana e Maria Fernanda.
O velório será nesta quarta-feira, a partir das 11h, na Paróquia São José da Lagoa. Às 13h, será celebrada a missa de corpo presente. Gisella será cremada, às 16h, em uma cerimônia fechada para a família, no Caju.