Constança Rezende, Renata Batista e Vinicius Neder, O Estado de S.Paulo
31 Outubro 2018 | 05h00
RIO - O governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou a tomar forma nesta terça-feira, 30, no Rio, em reunião na casa do empresário Paulo Marinho. Integrantes do grupo de transição decidiram que os ministérios serão no máximo 16, pela fusão ou extinção de pastas. Haverá um superministério da Economia, juntando Fazenda, Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Agricultura e Meio Ambiente também serão fundidos. As propostas já estavam no desenho original do programa apresentado na campanha, mas foram repensadas na semana passada, após Bolsonaro ter recebido críticas.
O coordenador do governo de transição, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou que os ministérios serão “15 ou 16”. Onyx não deu nomes de novos ministros e apenas reforçou que o ministro da Economia será Paulo Guedes, o general Augusto Helenoficará no Ministério da Defesa e ele, na Casa Civil. A previsão é de que Bolsonaro anuncie mais nomes na segunda-feira, 5.
“O presidente já tem uma lista de nomes (de ministros) e está fazendo a definição final. Acredito que nos próximos dias, Bolsonaro deva liberar mais alguns nomes. Na segunda-feira, o presidente, depois de tomar decisão, vai nos permitir divulgar toda a estrutura”, afirmou Lorenzoni à tarde, na porta da casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, onde Bolsonaro chegou por volta de 10h30 para a reunião. Ao deixar o local, o futuro ministro-chefe da Casa Civil negou que Bolsonaro tenha voltado atrás na decisão sobre fusões de ministérios.
Lorenzoni confirmou que vai nesta quarta-feira, 31, a Brasília para a reunião com o atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O encontro dará início ao processo de transição do governo. Lorenzoni informou ainda que Bolsonaro deverá ir a Brasília na terça-feira, 6. Ele afirmou que este será um governo “de absoluta união” e que irá trabalhar em sintonia.
O ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse que há “um nome muito forte para Educação”, mas que ainda está sendo estudado quem irá para a pasta da Saúde. “Ninguém está com pressa para indicar nada. O governo só começa em 1.º de janeiro. Agora preocupação é montar equipe de mais linha de frente, digamos assim, e depois é começar o trabalho”, afirmou.
Unificação. Outra ideia discutida na reunião, segundo o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB), foi unificar Educação com Esporte e Cultura. Mourão disse que, no entanto, pastas tradicionais deverão permanecer com atuação isolada, como é o caso de Saúde, Trabalho e Minas e Energia.
“Tem ministério tradicional que não pode acabar e não se pode juntar três ou quatro coisas pra virar um Frankenstein. Tem de ter harmonia na junção”, comentou Mourão. Questionado se o Banco Central perderia o status de ministério, o general explicou que o BC “vai ser independente e, com isso, não será mais ministério”. / COLABORARAM KLEBER NUNES, DANIEL GALVÃO e TÂNIA MONTEIRO