MINHA CAIXA DE PANDORA
Dalinha Catunda
Foi querendo organizar
Minha vida atribulada
Que peguei uma caixinha
Para dar uma arrumada
Pois chega de desengano
E se não falhar meu plano
Vou ficar mais sossegada.
As coisas sem importância
Eu comecei a juntar
Para acomodar na caixa
E quando encher vou lacrar
Diferente de Pandora
A esperança fica fora
Pois nela vou apostar.
Peguei a farsa e a mentira
Dentro da caixa botei
Mensagem sem sentimento
Bem no fundo acomodei
Sem querer mais me enganar
Comecei a faxinar
Pois assim determinei.
A saudade quis ficar
Mas peguei pelo gogó
Arrastei a descarada
Fiz uma trouxa e dei um nó
Inda disse uma gracinha
Você vai para a caixinha
Eu prefiro ficar só.
Olhei bem para a paixão
Que almejou me encarar
Porém me viu decidida
Nem parou pra argumentar
Era de meia tigela
Pena eu não tive dela
Decidi empacotar.
Eu fiquei encasquetada
Quando a lembrança chegou
Quis me lembrar do abraço
Mas abraço não pintou
Quis me lembrar do beijo
Mas beijo não aconteceu
A lembrança mereceu
O cantinho que ganhou.
Quem sumiu pra vadiar
Tem espaço garantido
Quem achou outra guarida
Na caixa será mantido
Desapegar é legal
A faxina foi geral
Meu tempo não foi perdido.
Na caixa prendi os males
Pra começar nova andança
Apos lacrar enterrei
O que não era bonança
Mas na caixa de Pandora
Pensei bem deixei de fora
Minha guia: A ESPERANÇA!