Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 15 de setembro de 2022

MILTON NASCIMENTO: ASTRO SE DESPEDE DE BRASÍLIA

 

Milton Nascimento apresenta, em Brasília, seu show de despedida dos palcos

Milton Nascimento apresenta em Brasília, somente hoje, na Arena Nilson Nelson, o espetáculo A última sessão de Música, que marca o afastamento definitivo dos palcos

IR
Irlam Rocha Lima
postado em 15/09/2022 06:00
 
 
 (crédito:  Marcos Hermes/Divulgação)
(crédito: Marcos Hermes/Divulgação)

Há três anos Milton Nascimento saiu em turnê pelo país com o show Clube da Esquina — nome também do disco que, recentemente, foi considerado o mais importante da história da música popular brasileira. Naquela época, ele deixava subentendido que estava próximo de encerrar o ciclo de apresentações, que teve início em 1975, quando lançou os álbuns Minas e Gerais.

Quase um mês depois — em 11 de junho — ele estreou na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Em seguida, partiu em excursão pela Europa, onde o show foi visto em cidades da Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal. Numa igreja em Londres fez o registro audiovisual de A última sessão de música. De volta ao Brasil, Milton cantou novamente no Rio e foi a Porto Alegre, Salvador e Recife.

 Hoje, ele chega a Brasília e se apresenta, às 21h, na Arena Nilson Nelson. Usando figurino com a assinatura do estilista Ronaldo Fraga, ocupa um palco com cenário criado pelos artistas plásticos Os Gêmeos. A acompanhá-lo tem em cena a banda formada por Wilson Lopes (guitarra, violão e direção musical), Frederico Heliodoro (baixo), Lincoln Cheib (bateria), Ademir Fox (piano), Widor Santiago (sopros), Ronaldo Silva (percussão), Alexandre Primo Ito (arcos) e Zé Ibarra (vocais). Bituca (como é chamado pelos amigos) lançou mais de 40 discos de estúdio e outros tantos gravados ao vivo, é detentor de cinco prêmios Grammy e do título de Doutor Honoris Causa em música pela Universidade de Berklee, em Boston (EUA).

No show, o cantor vai revisitar sua obra, ao interpretar clássicos como Cravo canelaPra Lennon e McCartneyCaisClube da Esquina 2, Nada será como antesCoração de estudanteMaria Maria e Nos bailes da vida. Mas o repertório traz também canções não tão difundidas, mas igualmente importantes na obra do artista, entre as quais LiliaMorro VelhoOutubroPai GrandeTema de Tostão e a que dá título ao espetáculo.

Músico que iniciou a carreira na capital, tocando em bandas de baile, o saxofonista  Widor Santiago, que já acompanhou Erasmo Carlos, Djavan e Léo Jaime, faz parte da banda de Milton Nascimento há 20 anos. "Para mim, é um privilégio tocar com este gigante da MPB há duas décadas", afirma."Quando venho a Brasília, a sensação é de estar voltando para casa", acrescenta.

Última sessão de música

Show de Milton Nascimento e banda. Hoje, 21h, na Arena Nilson Nelson. Ingressos; R$ 100 (superior),
R$ 288 (cadeira anel), R$ 350 (cadeira gold) R$ 450 (cadeira premium) — valores referentes à meia entrada

Entrevista/Milton Nascimento

Milton, porque decidiu deixar de fazer shows depois da turnê A última sessão de música?

Essa foi uma decisão tomada depois de muita reflexão com meu filho, Augusto, e, na verdade, a gente já tinha pensado nisso até antes da pandemia. E, como foi tudo pensado com muita calma, acho que foi a hora certa.

Que avaliação faz dos seus 60 anos de trajetória artística?

Posso dizer que sou muito grato com tudo que vivi em todos esses anos de carreira. E ter a chance de me despedir dos palcos com essa turnê, tem sido muito emocionante para todos nós. Em cada cidade as pessoas tem nos recebido de uma forma incrível e que eu jamais imaginava.

Acho que todas as fases da nossa vida deixam um aprendizado importante. Por isso que considero tudo que vivi com muito carinho, até mesmo as passagens mais difíceis.

Entre as tantas canções que compôs, gravou e cantou em shows, há aquelas que são da sua preferência?

Depois de tantas músicas gravadas e tantos parceiros ao longo da vida, acho muito difícil escolher as preferidas. E eu posso dizer que tenho muito carinho por todas elas.

Na Europa, nós passamos por Itália, Espanha, Inglaterra e Portugal, e em todas as cidades as pessoas nos trataram de uma forma que eu jamais vou esquecer. E, no Brasil, nós já passamos por Rio, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Recife, e em cada cidade foi uma carga impressionante de emoção que as pessoas passavam para gente.

Você que sempre abriu espaço em seu trabalho para jovens artistas, como vê a contribuição de Zé Ibarra, que integra a banda que o acompanha desde a excursão de o Clube da Esquina?

Zé Ibarra é um artista impressionante, e ainda vai construir muita coisa na música. Tudo que ele faz tem uma força que arrebata a gente.

Que importância atribui ao seu filho Augusto Nascimento, que há cinco anos cuida de sua carreira?

Eu devo a ele os momentos mais felizes da vida, tudo que a gente tem feito devo a ele. E nós nunca tivemos tanto prazer em fazer as coisas como nos últimos anos, desde viagens para shows, gravações, e cada temporada tem sido uma emoção diferente.

Desde quando lançou os álbuns Minas e Gerais que você vem a Brasília. Como vê a acolhida que recebe aqui?

Todos os meus projetos passaram por Brasília, sempre. É uma das cidades que eu mais gosto de fazer shows, e ter a chance de me despedir dos palcos no Nilson Nelson vai ser marcante na minha carreira.

Como eu tenho dito sempre, me despeço dos palcos, da música jamais.


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